Nesta segunda-feira (17), Justiça da França absolveu a fabricante europeia Airbus e a companhia Air France pela queda do voo AF447 Rio-Paris. O acidente resultou na morte de 228 pessoas. Segundo o g1, as duas empresas estavam sendo julgadas por homicídio involuntário. Entretanto, de acordo com a imprensa francesa, não cabe mais recurso à decisão.
O tribunal de Paris, responsável pelo caso, absolveu as duas empresas por considerar não ser possível demonstrar “nenhuma relação de causalidade” segura com o acidente, embora elas tenham cometido “falhas”. Portanto, a Justiça afirmou que entendeu que nenhum problema técnico do avião provocou a queda da aeronave, que caiu sobre o Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009, após passar por uma turbulência severa.
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Desde o acidente, comitês de investigação tentavam achar o motivo da queda. Em 2011, com base em uma busca com submarinos, investigadores franceses disseram que os pilotos responderam “com falha” a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados. Eles afirmaram que foi por conta disso que a aeronave entrou em queda livre e não conseguiu responder aos alertas de estol, que aparecem quando o avião perde a capacidade de voar.
Decisão
O juiz do tribunal criminal de Paris, ao anunciar o veredito, listou vários atos de negligência de ambas as empresas, porém afirmou que eles ficaram “aquém da certeza necessária para estabelecer responsabilidade firme pelo pior desastre aéreo”. “Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito”, disse o juiz, ao tribunal.
A sentença destacou o debate que se gerou após a queda da aeronave sobre problemas técnicos da Airbus e da Air France com os sistemas que geram as leituras de velocidade. Este foi o primeiro julgamento da França por homicídio involuntário corporativo, para o qual a multa máxima é de 225 mil euros (cerca de R$ 1,21 milhão). As duas empresas se declararam inocentes.
Famílias das vítimas
A decisão desta segunda revoltou parentes das vítimas. Segundo o g1, eles lutavam há 13 anos para que o caso fosse julgado. Quando os juízes leram a decisão no tribunal, familiares choraram e manifestaram revolta.
Antes da leitura da sentença, a própria Promotoria da França, que fez a acusação contra a Airbus e a Air France, afirmou que não havia provas suficientes para culpar as empresas. Os parentes também se revoltaram contra o Ministério Público.
Colocação das Empresas
Após o julgamento, as empresas se solidarizaram com os parentes das vítimas. A Air France disse, em nota: “A empresa sempre lembrará a memória das vítimas deste terrível acidente e expressa sua mais profunda compaixão a todos os seus entes queridos”. Enquanto a Airbus, também em nota, após se solidarizar, chamou a decisão de “congruente”.