O combate aos efeitos provocados pelas ondas de calor no município do Rio já conta com pontos de hidratação espalhados por unidades de saúde da capital. A desidratação é uma grande preocupação, principalmente, em dias de calor intenso como foram registrados neste mês na cidade, as unidades municipais de saúde vêm registrando novos casos. Os atendimentos começaram nesta segunda-feira (27) e vão seguir até março do ano que vem.
O esquema faz parte do Plano de Contingência da Prefeitura do Rio para minimizar os impactos das ondas de calor na população, anunciado nesta segunda-feira por Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde, pela secretária do Meio Ambiente, Tainá de Paula, e pelo chefe-executivo do Centro de Operações do Rio (COR), Marcus Belchior.
“Os locais [de atendimento] estão no site da secretaria municipal de saúde. São 100 pontos de hidratação oral e hidratação venosa nas clínicas de famílias e nos centros municipais de saúde”, contou em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com os números da rede municipal de saúde foi registrado um aumento expressivo na média semanal de atendimentos a doenças causadas pelo calor ou passíveis de agravamento em altas temperaturas. Ao todo, foram 1.121 notificações entre os dias 8 e 15 de novembro, o que representou alta de 51% em relação aos sete dias anteriores.
“O cálculo abrange os diagnósticos de mal-estar e fadiga; hipotensão (pressão baixa); efeitos do calor e da luz; síncope e colapso; e edema. O diagnóstico de mal-estar e fadiga, por exemplo, somou 667 ocorrências no período mencionado, com recorde diário de atendimentos no dia 8 (166). Vila Kennedy [bairro da zona oeste] registrou o maior número de ocorrências da enfermidade por região (274), seguida de Madureira (56) e Rocha Miranda (45) [os dois na zona norte]”, informou a Prefeitura do Rio.
O Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, na zona norte do Rio, também vai fazer atendimentos. O local e as unidades de saúde estão disponíveis para atender qualquer pessoa que tenha algum sintoma de estresse por calor, fraqueza ou dor de cabeça.
Para o secretário, o número de pontos de atendimentos é suficiente porque a maior parte dos pacientes já é atendida pela rede de unidades de saúde. Segundo Soranz, o que a secretaria está fazendo é estruturar melhor esse atendimento, revisando os protocolos para hipertermia, queimadura de sol, descompensação, insuficiência cardíaca e outros cuidados necessários com calor intenso.
“É na verdade uma grande atualização clínica para os profissionais de saúde da rede municipal que já fizeram muitas hidratações e já trabalharam em epidemias de dengue anteriores, mas que é sempre bom a gente estruturar e atualizar cada vez mais”, completou.