LUTA CONTRA O PRECONCEITO

O que é capacitismo? Entenda o episódio das primeiras 24h de BBB

Vinícius é um atleta de 29 anos que teve parte da perna esquerda amputada quando sofreu um acidente de carro há dez anos

Vinícius é um atleta de 29 anos que teve parte da perna esquerda amputada quando sofreu um acidente de carro há dez anos
Primeira prova do líder do BBB 24 termina com “piada” capacitista – Crédito: Reprodução/TV Globo

No primeiro dia do Big Brother Brasil 24, durante a prova do líder, uma situação desagradável de capacitismo ocorreu entre os participantes.

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Maycon perguntou a Vinicius se poderia dar um apelido à prótese do velocista e sugeriu o nome de “cotinho“, termo que vem da palavra “coto“, usada popularmente para se referir a uma parte restante de algum membro amputado. Vinícius é um atleta de 29 anos, ele teve parte da perna esquerda amputada quando sofreu um acidente de carro há dez anos, em Maringá, no norte do Paraná.

A fala do brother repercutiu nas redes sociais e gerou revolta nos internautas.

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Capacitismo e falta de Acessibilidade

Especialistas são unânimes em afirmar que atos de capacitismo estão de tornando indevidamente mais comuns do que deveriam. A consultora da Mais Diversidade Julia Drezza, em entrevista ao G1, falou sobre como cenas de capacitismo estão presentes no dia-a-dia: “Comunicar-se somente com o acompanhante de uma pessoa com deficiência, ou achar que a pessoa não é capaz de decidir por ela, achar que a pessoa não pode namorar, ter uma carreira”. Ela comenta ainda que o constrangimento no rosto do participante Vinicius foi visível.

A falta de acessibilidade em espaços públicos é apenas a ponta do iceberg, reflete. O capacitismo se insinua em estereótipos que subestimam as habilidades e potenciais das pessoas.  Julia alerta que, desde a insistência na narrativa de que são dependentes até a exclusão inconsciente de oportunidades, as vítimas enfrentam uma batalha constante contra preconceitos.

Combater o capacitismo exige uma mudança cultural e estrutural. Educação inclusiva, representatividade positiva nos meios de comunicação e, principalmente, implementação de políticas que promovam a igualdade de oportunidades são passos cruciais. Ao quebrar essas barreiras invisíveis, podemos começar a construir uma sociedade mais justa e inclusiva, afirma a especialista.

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Drezza ainda fala sobre o uso do termo “deficiente” e conclui com um questionamento: “o que não é eficiente? A pessoa ou o espaço que a acolhe?”

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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