Javier Milei recebeu dois avisos de figuras internacionais proeminentes sobre as consequências do ajuste fiscal nas classes média e baixa. Ambos foram dados em reuniões privadas de alto nível, onde a sinceridade foi um ponto em comum.
O Papa Francisco, no Vaticano, e Gita Gopinath, em Buenos Aires, mencionaram, provavelmente com objetivos diferentes, que o presidente tem todo o direito de aplicar o plano econômico que considere necessário para tirar o país da crise. No entanto, eles o alertaram que, para que o plano seja bem-sucedido, é crucial considerar a inclusão das pessoas que serão afetadas por esse ajuste.
Excellent and substantive meeting with President @Jmilei on how best to take the country forward. pic.twitter.com/HYdxiQHLkX
— Gita Gopinath (@GitaGopinath) February 22, 2024
“Não acredito na teoria do derrame. No entanto, não vou me intrometer no plano econômico. Apenas digo que você só conseguirá implementá-lo se a classe média, se as famílias, estiverem incluídas”. Francisco recebeu Javier Milei na segunda-feira, 12 de fevereiro, no Vaticano, em um encontro que todos concordam que foi mais do que amistoso. E que tocou a sensibilidade do visitante. O Papa abriu seu escritório para o argentino por mais de uma hora, onde falou com absoluta sinceridade e fez apenas um pedido para o futuro: que não use politicamente o encontro. Milei abaixou a cabeça e comprometeu-se com o pedido. Antes, discutiram sobre o severo plano de ajuste implementado pelo libertário, e o anfitrião foi claro ao afirmar que não o convenceria sobre os efeitos dos ajustes ortodoxos. Brincou um pouco sobre seu papel de “Papa comunista” e deu a permissão para que Javier Milei possa aplicar sua ideia para enfrentar a crise. Ou, pelo menos, afirmou que não fará declarações públicas que visem minar a governabilidade de Javier Milei. Apenas ressaltou as consequências do ajuste sobre as famílias e lembrou que não haveria chances de sucesso sem aceitar planos de apoio para a classe média.
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