Alguns calouros do curso de medicina veterinária de uma universidade em Cacoal (RO) foram hospitalizados após terem contato com produtos de uso específico para animais. Os estudantes que participaram do trote deram entrada no hospital com a pele completamente tingida por uma substancia roxa.
O trote aconteceu em uma universidade particular em Rondônia. Os universitários que participaram tiveram contato com diversas substâncias toxicas de uso veterinário, incluindo creolina (desinfetante de instalações rurais), e um produto que é utilizado para 0 tratamento de “bicheira” em animais bovinos.
O médico oftalmologista Daniel Nascimento esclareceu ao G1 sobre os riscos de ter contato com determinadas substâncias: “O contato com essas substâncias pode prejudicar a visão, mas o quadro é reversível. Com o tempo, lavagem e tratamento, a coloração roxa desaparecerá do globo ocular e da pele”.
O Centro Universitário Mauricio de Nassau de Cacoal, instituição onde tudo aconteceu, disse em nota que está investigando o ocorrido. Será iniciado um processo administrativo para que as medidas cabíveis sejam tomadas de acordo com o regulamento da universidade.
Os limites do trote
A tradição de alguns estudantes precisa ser feita com muito cuidado, principalmente para não prejudicar a integridade dos calouros.
Em alguns momentos, o trote pode deixar de ser diversão e se tornara um crime. Veja alguns exemplos do que não pode ser feito durante a brincadeira:
- Forçar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Forçar beijos e atos sexuais entre os participantes;
- Agredir verbal ou fisicamente;
- Obrigar ou proibir uso de determinadas vestimentas e acessórios;
- Obrigar ou estimular o calouro a pedir dinheiro no trânsito, em bares ou nas ruas;
- Forçar determinados comportamentos possivelmente degradantes;
- Raspar ou cortar cabelos à força ou impor que sejam cortados;
- Obrigar ou incentivar o consumo de alimentos que não façam parte da dieta da pessoa (como carne para vegetarianos);
Esses atos podem ser caracterizados como crimes, sendo eles: lesão corporal, constrangimento ilegal, racismo ou até mesmo homicídio.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini