Uma tripulação de vinte e uma pessoas ainda está a bordo do Dali, cargueiro que colidiu com a ponte Francis Scott Key, em Baltimore, no estado de Maryland (EUA), em 26 de março. Sem previsão para retornar, os 20 indianos e um cingalês enfrentam diversos problemas burocráticos.
“É difícil para eles, estar a bordo e ter que olhar para o local do acidente todos os dias”, disse Gwee Guo Duan, secretária-geral adjunta da União de Oficiais Marítimos de Cingapura.
Nesta segunda-feira (20), uma operação retirou a embarcação dos destroços do acidente e a vem direcionando para o porto de Baltimore.
Eight weeks since the collapse of the Francis Scott Key Bridge, the Dali has been cleared from the channel, a mark of progress and a promise kept.
It took the grit of workers and officials coming together to get this done.
That’s Baltimore Strong. pic.twitter.com/C5cubEN4uw
— President Biden (@POTUS) May 20, 2024
Por que a tripulação não pode sair?
Primeiramente, como o Dali é um enorme navio de quase 300 metros de comprimento, é preciso que ele tenha um número mínimo de integrantes aptos a bordo. “Você pode tomar água. Há máquinas funcionando. Sempre que a máquina está funcionando, há um risco particular de algo falhar e causar um incêndio ou algo assim”, explica Philip C. Schifflin Jr., diretor do Centro de Defesa da Marinha.
Há também a demora na investigação conduzida pelo FBI das causas da colisão, o que vem causando indisposição e um certo medo entre os tripulantes de alguma punição. Os aparelhos celulares dos marinheiros foram confiscados, com apenas alguns chips sendo devolvidos.
“Por mais que a investigação demore, os direitos e o bem-estar da tripulação não devem ser violados”, disse Dave Heindel, presidente da União Internacional dos Marítimos, em um comunicado.
Outro problema vem do fato de que alguns dos funcionários a bordo tiveram seus vistos internacionais expirados desde o acidente, adicionando mais um obstáculo burocrático na resolução da questão e impedindo que eles pisem em solo americano.
“Estamos trabalhando para mover o navio para um porto. E então, em algum momento no futuro – e eu não tenho essa data – a empresa vai procurar orientação das autoridades sobre os próximos passos com a tripulação”, disse Darrell Wilson, porta-voz do Synergy Marine Group, empresa que gerencia o navio Dali.