Brasil inicia luta para manter hegemonia na Libertadores Feminina

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A edição 2020 da Libertadores Feminina começa nesta sexta-feira (5), na Argentina, com dois times brasileiros em campo. Atual campeão, o Corinthians larga às 17h (horário de Brasília) contra o El Nacional (Equador), no estádio Nuevo Francisco Urbano, em Morón, na região metropolitana de Buenos Aires, pelo Grupo A. No mesmo horário, o Avaí/Kindermann encara o Deportivo Trópico (Bolívia) no estádio José Amalfitani, na capital argentina, em duelo pelo Grupo B.

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No sábado (6), será a vez de a Ferroviária estrear. As Guerreiras Grenás, vice-campeãs em 2019, abrem o Grupo D às 17h, no José Amalfitani, diante do Libertad/Limpeño (Paraguai).

Realizada pela primeira vez em 2009, a Libertadores Feminina tem o Brasil como protagonista. Em 11 edições, o país teve o campeão oito vezes, com quatro equipes diferentes: Santos (2009 e 2010), São José (2011, 2013 e 2014), Ferroviária (2015) e Corinthians (2017 e 2019). O primeiro título corintiano veio em parceria com o Audax. O Timão passou a gerir o futebol feminino sozinho a partir de 2018.

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O título só não veio para o Brasil em três ocasiões. Na final de 2012, o Colo-Colo (Chile) superou o Foz Cataratas nos pênaltis. Em 2016, na única decisão sem clubes brasileiros, o Sportivo Limpeño (Paraguai), atualmente parceiro do também paraguaio Libertad na modalidade, foi campeão contra o Estudiantes de Guárico (Venezuela). Eliminado na semifinal, o Foz terminou aquela edição na terceira posição. Já em 2018, o Atlético Huila (Colômbia) surpreendeu o Santos nas penalidades.

A competição sul-americana estava inicialmente agendada para ocorrer entre 25 de setembro e 11 de outubro do ano passado, no Chile, mas foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Em novembro, a Conmebol anunciou a mudança da sede para a Argentina.

A edição referente a 2021, marcada para o período de 30 de setembro a 16 de outubro, será em território chileno. Atuais campeão e vice da Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino no ano passado, Corinthians e Avaí/Kindermann já estão classificados. Se um deles vencer a Libertadores de 2020, o São Paulo herda uma vaga por ter ficado em terceiro no Brasileirão.

Alvinegras querem o tri

O Corinthians mira o terceiro título continental, que pode igualá-lo ao São José como o maior campeão da Libertadores Feminina. Entre as 20 relacionadas pelo técnico Arthur Elias, o destaque é a ausência da zagueira Erika, uma das principais jogadoras, que se recupera de uma lesão na coxa direita. A defensora, porém, viajou com o elenco para Buenos Aires.

A ida à Argentina, aliás, foi um transtorno à parte. A delegação viajaria na última terça-feira (2), saindo do aeroporto de Guarulhos (SP), mas o embarque foi negado devido a um decreto do governo local que restringe a entrada de brasileiros no país em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Segundo nota do clube paulista, a diretora Cris Gambaré acionou a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e autoridades argentinas.

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Foi oferecida, como alternativa, uma troca de voo para quarta-feira (3), com uma empresa de aviação argentina, que só foi aceita após a garantia de que a delegação embarcaria. “A espera de cerca de quatro horas no aeroporto causou desgaste para atletas e funcionários e os expôs em um local de grande circulação de pessoas em meio a uma pandemia global”, justificou o Timão, no comunicado.

Entre as relacionadas, está o trio que defendeu a seleção brasileira no She Believes, torneio amistoso realizado nos Estados Unidos preparatório para a Olimpíada de Tóquio (Japão): a lateral Tamires, a meia Andressinha e a atacante Adriana. A atacante Grazi, de 39 anos e atleta mais experiente do elenco, pode chegar a seu quinto título da Libertadores. A capitã foi campeã duas vezes com Santos e Corinthians. Outro destaque é a meia Gabi Zanotti, eleita a craque do último Brasileirão.

Caçadoras e estreantes

O Avaí/Kindermann disputa a Libertadores pela primeira vez. Antes da parceria firmada com o clube de Florianópolis, iniciada em 2018, o Kindermann havia se classificado para a edição de 2016 do torneio continental com o título da extinta Copa do Brasil, mas o assassinato do então técnico Josué Henrique Kaercher, em dezembro de 2015, levou o clube a paralisar as atividades por um ano.

A conquista da vaga para, enfim, estrear na competição sul-americana veio graças ao terceiro lugar no Brasileirão de 2019. As catarinenses herdaram o lugar que seria do Corinthians, vice da Série A1 daquele ano, mas que, com o título da Libertadores, ocupou a vaga de atual campeão.

Em relação à equipe vice-campeã brasileira no ano passado, o Avaí/Kindermann perdeu três de suas principais jogadoras: a lateral Bruna Calderan e as meias Duda e Júlia Bianchi, que foram para o Palmeiras. Já a atacante Lelê, vice-artilheira da Série A1 de 2020 e que, assim como o trio, fez parte da seleção do último Brasileirão Feminino, segue no time de Caçador (SC), assim como a goleira Bárbara, da seleção brasileira. Reforços como a lateral Fran, a meia Gaby Soares e a atacante Larissa, todas ex-Santos, estão entre as relacionadas para a Libertadores.

“É minha segunda Libertadores. Em 2013, disputei pelo Foz [Cataratas]. Nosso grupo está muito focado com as meninas que chegaram agora. A expectativa está imensa, à flor da pele. Queremos chegar, entrar em campo e fazer um bom trabalho”, disse Lelê.

Guerreiras buscam o bi

A Ferroviária disputa a Libertadores de 2020 por ter sido campeã brasileira em 2019. Naquele ano, também as Guerreiras Grenás chegaram à final do torneio sul-americano, mas foram derrotadas pelo Corinthians, mesmo rival que superaram na decisão nacional. O clube de Araraquara (SP) mira o segundo título continental. O primeiro veio em 2015, na Colômbia, com uma vitória por 3 a 1 sobre o Colo-Colo.

O atual elenco, aliás, tem remanescentes daquela conquista, como a lateral Ana Barrinha (autora de um dos gols na final), a zagueira Luana e as meias Rafa Mineira, Nicoly e Daiane (lateral à época). As cinco estiveram em campo na decisão e só Luana, então com 16 anos, saiu do banco. Assim como hoje, Daiane vestia a braçadeira de capitã e foi quem levantou a taça daquela Libertadores.

“Era nosso primeiro ano [na Libertadores], ninguém conhecia a Ferroviária. Para muitos, éramos os azarões. Para nós, não. Sabíamos da nossa qualidade e capacidade para conquistar o título. Aquele grupo foi muito importante, a gente se fechou demais e se uniu muito. Era a oportunidade de não ser um ano perdido e acabamos conquistando o maior título que a Ferroviária tem até hoje”, comentou Daiane, em entrevista ao site oficial da Ferrinha.

Nicoly, por sua vez, é um dos dez reforços trazidos pela Ferroviária para a temporada (ela estava no Palmeiras). Cinco das caras novas (as zagueiras Yasmin e Ana Alice, as meias Duda e Leidiane e a atacante Lurdinha) estão entre as 20 relacionadas pela técnica Lindsay Camila, que deixou a comissão técnica da seleção feminina sub-17 para assumir as Guerreiras Grenás em 2021.

(Agência Brasil)

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