A Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro, lançou a página SOS Bibliotecas Rio Grande do Sul em seu site, oferecendo um canal de orientação sobre a recuperação de acervos danificados pelas enchentes no estado gaúcho. Em entrevista à Agência Brasil nesta sexta-feira (31), o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, explicou que a iniciativa visa mobilizar bibliotecas interessadas em buscar apoio e informações para restaurar e preservar seus acervos. “Estamos tentando ouvir, através do site, as necessidades, para pensar em cima dessas necessidades“, afirmou Lucchesi.
Além disso, devido às distâncias e dificuldades logísticas, a Biblioteca Nacional está utilizando redes sociais para divulgar instruções sobre a recuperação de documentos pessoais e livros, direcionadas aos moradores do Rio Grande do Sul. “Vamos, de uma forma mais próxima do cidadão, de um modo popular, difundir esses cuidados, que vão desde os documentos a outros bens perdidos, sempre do campo de documentação e acervo“, destacou Lucchesi.
Lucchesi enfatizou que o passo fundamental será compreender e reorientar a reconstituição dos grandes acervos afetados. Ele ressaltou que a missão da Biblioteca Nacional é pensar nos acervos do ponto de vista técnico e ajudar em situações como estas enchentes, que exigem uma série de ações delicadas e urgentes.
Paralelamente, a Fundação Biblioteca Nacional está realizando um levantamento de doações potenciais de livros para as diversas instituições do Rio Grande do Sul. Embora Lucchesi não tenha revelado o número de obras disponíveis para doação, ele mencionou que há uma estratégia de transporte e envio em consideração. “É preciso que as águas atinjam patamares possíveis para que os livros cheguem e para que haja possibilidade de ordenar de forma mais segura“, explicou.
A Fundação Biblioteca Nacional pretende dialogar com diversas instituições que possuam acervos no Rio Grande do Sul e estejam interessadas em doar livros, visando restabelecer os acervos danificados. Lucchesi ressaltou a importância dessa cooperação para atender à grande demanda por reposição de obras, afirmando: “Não será fácil substituir, mas, pelo menos, estaremos lá com os livros”.
Finalmente, Lucchesi destacou a possibilidade de visitas às instituições afetadas, dentro das limitações da Biblioteca Nacional, para que técnicos especializados possam ajudar na reconfiguração dos acervos em termos de localização e logística. “Isso vai depender dos recursos disponíveis, para que a BN possa exercer, dentro dos seus limites, esse papel importante, pelo fato de ser uma referência no mundo em termos de conservação e preservação”, concluiu.