Em um feito inédito na história da medicina, um cirurgião chinês realizou com sucesso a primeira telecirurgia transcontinental, operando um paciente a 20 mil km de distância, utilizando IA. O Dr. Zhang Xu, diretor de urologia do Hospital Geral do Exército de Libertação Popular (PLA), conduziu a prostatectomia radical – remoção completa da próstata – em Pequim, enquanto controlava os braços robóticos que realizavam a cirurgia no paciente em Roma, na Itália.
“A cirurgia explorou a interseção e a integração de novos conceitos e tecnologias, incluindo cirurgia robótica, comunicações remotas e Inteligência Artificial (IA)”, diz nota.
A operação, transmitida ao vivo durante a conferência europeia Desafios em Laparoscopia e Robótica (CILR), foi um marco na telemedicina. Utilizando tecnologia 5G e conexões de fibra óptica, o Dr. Xu controlou os braços robóticos com precisão, minimizando a latência e garantindo a segurança do paciente.
A IA como futuro da medicina
“A telecirurgia é uma das mais importantes direções de desenvolvimento no futuro da cirurgia”, afirmou o Dr. Xu em comunicado. “Essa tecnologia tem o potencial de salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas, especialmente em áreas remotas com acesso limitado a serviços médicos especializados.”
Apesar dos desafios da comunicação à distância, a equipe médica em Pequim, incluindo um cirurgião reserva, estava pronta para intervir caso fosse necessário. Testes em animais e operações menores em humanos foram realizados antes da telecirurgia transcontinental, garantindo a segurança e o sucesso do procedimento.
Uma equipe chinesa realizou a primeira telecirurgia transcontinental ao vivo, tratando um paciente com câncer de próstata em Beijing a partir de Roma, a 8.100 km de distância. Foi a cirurgia robótica remota de maior distância já feita. pic.twitter.com/ryRfR3AEem
— Mundo China (@mundo_china) June 11, 2024
O sucesso da telecirurgia com IA abre novas possibilidades para o futuro da medicina. Essa tecnologia pode revolucionar o acesso à saúde, permitindo que pacientes em qualquer lugar do mundo recebam cirurgias complexas e de alta qualidade, independentemente de sua localização.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini