Nesta sexta-feira (28), é celebrado o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+. Esta data foi estabelecida em 1969, quando aconteceu a Rebelião de Stonewall, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Neste dia, membros da comunidade, em sua maioria negros, latinos e imigrantes, se rebelaram contra a violência policial que acometia seus iguais, o que resultou em um confronto físico entre as autoridades e os civis.
Deste então, o dia 28 de junho é utilizado pela comunidade para protestar e exigir direitos, sejam eles sociais, políticos ou legais. Mas afinal, o que significa a sigla LGBTQIAPN+?
O que significa LBGTQIAPN+?
A sigla LGBTQIAPN+ é recente no curso da história quando se pensa em referência à comunidade. O termo em si evoluiu com o passar do tempo, visando ser mais inclusivo. Na década de 1990, se era usado GLS, que significava gays, lésbicas e simpatizantes. Em 2008, o termo acabou caindo em desuso, já que não é inclusivo. Naquele ano, após reuniões oficiais da comunidade em congressos, ficou-se decidido que seria usado LBGT – lésbicas, bissexuais, gays e transexuais/travestis.
A letra L foi puxada para frente por um consenso de que mulheres lésbicas precisavam de maior visibilidade. Porém, desde 2013, a sigla vem sendo atualizada, para que inclua mais pessoas. O que é usado hoje é LBGTQIAPN+, que significa lésbicas, bissexuais, gays, transexuais/travestis, queers, intersexos, assexuais, pansexuais e não-bináries.
Histórias da comunidade
Com a popularização da internet, diversas pessoas que pertencem à comunidade LGBTQIAPN+ utilizam de suas redes sociais para compartilhar suas histórias e educar os internautas sobre o que significa sua identidade.
Louie Ponto, formada em letras é comunicadora lésbica e é uma dessas pessoas. Em suas plataformas, ela busca falar sobre literatura com foco nos livros sáficos (que envolvem personagens mulheres que se relacionam com mulheres), além de realizar comentários intelectuais em situações polêmicas envolvendo a comunidade. Seu vídeo mais famoso foi publicado em 2016, quando ela abordou o vídeo que na época circulava nas redes, em que uma adolescente “brincou” com a mãe dizendo que era lésbica e a mãe tentava matá-la. “A esmagadora maioria das pessoas LGBT já sofreu com as coisas que ouviu dentro de casa. Onde tá o coração de vocês? Talvez você nunca passe por determinada situação, mas muitas pessoas passam”, afirmou.
Desde então, Louie vem produzindo conteúdo sobre o assunto e acumula pouco mais de 260 mil seguidores, além de participar de apresentações na DiaTV, canal do Youtube da produtora Dia. “Nunca senti que havia lugar no mundo pra mim, e acho que, por causa disso, procurei na internet um espaço onde eu pudesse me expressar“, compartilhou recentemente nas redes.
Já Nataly Neri, é cientista social e começou na internet na mesma época, com um conteúdo mais focada em temáticas raciais. Hoje, ela também compartilha sua experiência como uma mulher negra e pansexual. “No meu caso, compreender que eu poderia me atrair por uma pessoa do mesmo gênero que eu ao mesmo tempo que me atraia por uma pessoa do gênero oposto foi muito complicado. Mas não mais complicado do que ter que lidar com a monossexulidade“, contou a influenciadora em um vídeo.
Ela mantém um relacionamento de 11 anos com o também influenciador e mestre em letras Jonas Marias, que é um homem trans e fala sobre sua vivência neste âmbito em suas redes. Com análises de filmes, séries e livros, ele traz um conteúdo educativo sobre o que significa ser uma pessoa transexual. “Eu comecei meu trabalho na internet inspirado por outros caras trans, em uma época em que compartilhar nossas experiências e processos era uma necessidade. Tenho muito orgulho em fazer parte desse movimento que temos encabeçado, seguindo os passos dos nossos transcestrais, onde estamos escrevendo nossa história com nossos próprios termos“, compartilhou em suas redes.
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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini
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