Os candidatos à presidência dos Estados Unidos Kamala Harris e Donald Trump irão se enfrentar em um debate pessoalmente pela primeira vez nesta terça-feira (10). Promovido na rede de TV ABC News, na Filadélfia, o evento promete ser decisivo para os rumos das eleições.
Será o segundo debate de TV das campanhas. Para se ter ideia da importância do encontro, o confronto entre Trump e Joe Biden foi um dos fatores que levou o público a pressionar o democrata pela desistência da sua candidatura. Mais de 51 milhões de pessoas acompanharam o debate ao vivo, em junho, marcado por confusões, devaneios e dificuldade de articulação por parte do atual presidente dos EUA.
Biden se retirou da disputa ao final de julho, e a vice-presidente Kamala Harris assumiu seu posto. Entretanto, ela ficou com apenas 107 dias para cumprir sua campanha, que se tornou a mais curta na história recente dos EUA.
O debate
A candidata democrata tentou mudar as regras do debate já seguidas por Trump e Biden, como o desligamento do microfone enquanto o oponente estiver com a palavra. Diante disso, a equipe do republicano sugeriu que ele poderia não comparecer ao evento se as diretrizes fossem alteradas.
Kamala utiliza o bordão “Dia na minha cara”, ou “Say it to my face em inglês”, para responder críticas de Trump ditas a terceiros. Ao todo, estão previstos três debates até o dia da votação, em 5 de novembro.
Com menos de 60 dias para a ida às urnas, Kamala deve aproveitar o debate para consolidar sua candidatura, especialmente nos estados-pêndulos que podem ser decisivos para o resultado final. De acordo com uma pesquisa publicada neste domingo (8) pelo The New York Times/Siena College, os candidatos aparecem empatados na margem de erro. Trump estaria a frente com 48% das intenções de voto, e Kamala com 47%.
Projeções: Kamala X Trump
A retórica de Trump nos debates já é conhecida: interrupções, falas absurdas, comparações e desinformações. O republicano tem experiência como apresentador de televisão, e já participou de seis debates presidenciais diferentes até agora. Kamala, por sua vez, está acostumada com o confronto de ideias por conta da sua carreira. A democrata já foi promotora e procuradora na Califórnia, onde levava réus ao julgamento.
A candidata deve procurar momentos de ironia e cortes de impacto, ao mesmo tempo em que evita uma imagem agressiva para o eleitorado indeciso. Além disso, a expectativa é que ela responda a algumas “ofensas”: Trump já descreveu sua risada como louca, e deu a entender que seu sucesso no início de carreira foi por causa de um relacionamento amoroso.
Trump precisa atualizar seus argumentos de ataque: até então, sua estratégia se baseava em enfatizar a idade de Biden para descredibilizá-lo. Similarmente, seus aliados disseminaram clipes do político tropeçando ou cometendo gafes, sugerindo que ele apresentava sintomas de demência senil.