O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (9) que a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo (PT) substituirá Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
O então ministro foi demitido na sexta-feira (6) após denúncias de assédio sexual contra ele virem à tona. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Após a saída, a ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, havia sido nomeada a responsável interina pela pasta.
Nas redes sociais, Lula publicou que assinará em breve a nomeação da nova ministra. “Hoje convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho”, escreveu.
O presidente recebeu Evaristo no Palácio da Alvorada na tarde desta segunda-feira. Esther Dweck também participou da conversa, assim como a presidente do PT, Gleisi Hoffman (PR).
Quem é Macaé Evaristo?
Prima da escritora Conceição Evaristo, Macaé é professora desde os 19 anos. A atual deputada estadual pelo PT em Minas Gerais se formou em Serviço Social. Ela também é mestra e doutoranda em educação.
Macaé também foi a primeira mulher negra a exercer cargos na secretaria municipal e estadual de Educação em Belo Horizonte. De 2005 a 2012, e de 2015 a 2018, respectivamente. Em seguida, foi eleita vereadora da capital mineira.
Macaé continuou na política: em 2022, foi eleita deputada estadual de Minas Gerais com mais de 50 mil votos.
Esta não será a primeira vez da educadora no governo federal. Durante a gestão de Dilma Rousseff, em 2013 e 2014, ela foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC). Macaé é reconhecida como profissional do meio educacional e nas discussões sobre racismo.
Aliados tinham receio de que a próxima eleição para a Câmara dos Deputados afetasse o destino de Macaé, já que, se disputasse o cargo em 2026, não poderia ficar até o fim do governo. Outro nome cogitado para o cargo era o da ex-ministra Nilma Lino Gomes, que foi chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no governo Dilma.
Felipe Freitas, secretário licenciado da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, também foi mencionado. Nos bastidores, porém, interlocutores do Planalto apontavam que a indicação era uma tentativa do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ampliar seu controle do governo.