Uma explosão envolvendo pagers nesta terça-feira (17) causou a morte de 12 pessoas e deixou aproximadamente três mil feridos no Líbano e na Síria. O incidente está sendo investigado como um atentado orquestrado com objetivos específicos.
Fontes de segurança libanesas afirmam aos veículos Axios e Al-Monitor que os pagers, fabricados em Taiwan e adquiridos pelo Hezbollah, continham explosivos em 5 mil dispositivos. Porém, foram detonados antes do planejado, após a descoberta do esquema pelo grupo.
Segundo veículos de imprensa dos Estados Unidos e de Israel, o plano inicial seria usar os pagers como o primeiro passo em uma ofensiva de maior escala. Especialistas forenses estão analisando os dispositivos que não explodiram em busca de pistas.
Explosão de pagers no Oriente Médio
Os pagers detonaram em duas localidades principais: Líbano e Síria. O embaixador do Irã em Beirute estava entre os feridos, juntamente com outros diplomatas e membros do Hezbollah. Israel, frequentemente apontado como responsável por ataques semelhantes, manteve-se em silêncio sobre o assunto.
Por que o Hezbollah usava pagers?
Os pagers, conhecidos no Brasil como “bipes”, são uma tecnologia praticamente obsoleta nos dias de hoje. Muito utilizados antes da popularização dos celulares, esses aparelhos eram preferidos por profissionais como médicos, que precisavam estar disponíveis constantemente.
- Os pagers funcionam de forma independente de transmissores espalhados pela cidade.
- Ao receber uma determinada frequência, eles emitem um som e exibem uma curta mensagem de texto.
- Os dispositivos não são rastreáveis por GPS, o que aumenta a privacidade do usuário.
O Hezbollah, portanto, fazia uso desta teconologia para evitar o rastreamento por parte da inteligência de Israel.
O que os especialistas dizem sobre a explosão?
Joseph Steinberg, especialista em segurança, comentou à Reuters que a decisão do Hezbollah de publicamente descartar os celulares em favor dos pagers não foi inteligente. “Anunciar para o mundo que tipo de tecnologia você está usando facilita a vida dos seus adversários”, disse ele.
Similarmente, Frank Gardner, correspondente de segurança da BBC News, observou que “todos os sinais apontam para o Mossad” em relação à execução do plano. Ele mencionou que a agência de inteligência israelense tem histórico de operações semelhantes.
Em 1996, o Shin Bet, agência de inteligência interna de Israel, assassinou Yahya Avyash, fabricante de bombas do Hamas, sabotando seu telefone celular.
Qual a repercussão do caso?
O ataque gerou repercussão internacional. O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, e o Hezbollah atribuíram a responsabilidade a Israel, embora o governo israelense não tenha comentado oficialmente.
No discurso televisionado, Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, recomendou que seus apoiadores parassem de usar celulares, optando por caminhos menos avançados.
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