O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco) e a Polícia Civil estão cumprindo, nesta quinta-feira (19), oito mandados de prisão contra indivíduos envolvidos em crimes de associação criminosa e estelionato. A operação, chamada de Fraus, foca em um esquema que lesou diversas vítimas, principalmente idosos, utilizando cheques clonados e assinaturas falsas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), as investigações foram conduzidas pela 15ª Delegacia de Acervo Cartorário (DEAC), revelando uma atuação complexa e organizada dos criminosos. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Niterói e estão sendo cumpridos em diversas áreas como Rio Comprido, Rocinha, Barra da Tijuca, Itanhangá e Caju. No total, 16 pessoas foram denunciadas pelos crimes mencionados e possuem antecedentes criminais relacionados a crimes patrimoniais.
Fraude bancária: como os criminosos atuavam?
Os denunciados pelo MP acessavam de maneira fraudulenta os dados pessoais e bancários de suas vítimas, todas idosas. Clonavam as folhas de cheque e falsificavam as assinaturas dos titulares das contas. Desta forma, efetuavam saques e depósitos diretamente nos caixas das agências bancárias, debitando valores das contas das vítimas. Segundo a denúncia, o grupo cometeu o crime 32 vezes, afetando sete vítimas diferentes.
Quais táticas foram utilizadas na fraude?
- Sequestro de linha telefônica: Os criminosos solicitavam um novo chip à operadora, em nome das vítimas, utilizando documentos falsos.
- Bloqueio de comunicação: Com o chip em mãos, eles bloqueavam qualquer tentativa de contato das vítimas com o banco.
- Desvio de ligações: Quando o banco ligava para confirmar o pagamento, a ligação era desviada para os criminosos, que autorizavam a compensação dos cheques falsificados.
Até o momento, as investigações apuraram que o prejuízo total causado às vítimas soma aproximadamente R$ 130 mil. Esse valor reflete a complexidade e o alcance do esquema fraudulento, que conseguiu driblar sistemas de segurança bancária e lesar principalmente idosos, uma parcela vulnerável da população.
Gaeco e Polícia Civil continuam na busca por justiça
A operação Fraus, cujo nome em latim significa fraude, destaca a importância das ações conjuntas entre o Gaeco e a Polícia Civil no combate ao crime organizado. A colaboração entre as instituições foi fundamental para desmantelar a quadrilha e proteger futuros alvos de fraudes semelhantes. Além das prisões, há um empenho contínuo em identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema.
As ações de hoje reforçam a mensagem de que crimes como associação criminosa e estelionato não serão tolerados, especialmente quando têm como alvo os mais vulneráveis. A população é encorajada a denunciar qualquer atividade suspeita às autoridades competentes, contribuindo para um ambiente mais seguro e justo para todos.