QUALIDADE DO AR

Amazônia e Pantanal sofrem com os piores incêndios em quase 20 anos

Até sexta-feira (20), o Brasil acumulou 183 megatoneladas de carbono (Mt CO2) em emissões. Entre os estados mais afetados estão o Amazonas e Mato Grosso do Sul, com 28 e 15 Mt emitidas respectivamente

Amazônia e Pantanal sofrem com os piores incêndios em quase 20 anos
Brigadistas combatem incêndio em áreas do Cerrado, bioma também afetado pelos incêndios – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Pantanal e a Amazônia sofrem com os piores incêndios em quase 20 anos, com o fogo afetando a qualidade do ar em boa parte do continente sul-americano.

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Segundo dados do Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus (CAMS), as emissões de carbono dessas queimadas superaram a média histórica, ressaltando a necessidade urgente de políticas ambientais eficazes e de cooperação internacional. O CAMS é um serviço do programa espacial da União Europeia que monitora a atmosfera e a qualidade do ar.

Até sexta-feira (19), o Brasil acumulou 183 megatoneladas de carbono (Mt CO2) em emissões. Este número se aproxima dos níveis recordes de 2007, quando somente setembro registrou 65 megatoneladas. Entre os estados mais afetados estão o Amazonas e Mato Grosso do Sul, com 28 e 15 megatoneladas emitidas respectivamente, os maiores valores nos últimos 22 anos.

Incêndios e emissões de carbono

Os incêndios no Pantanal e na Amazônia têm se destacado como os maiores contribuidores para as atuais emissões. Conforme o CAMS, ambos os biomas têm mostrado níveis de fogo que superam a média, agravando ainda mais a crise ambiental. Estados como Amazonas e Mato Grosso do Sul estão sentindo o impacto de maneira mais severa, com emissões que ultrapassam as duas últimas décadas de dados.

Impacto das emissões de incêndios na Bolívia

Enquanto o Brasil lida com suas próprias chamas, a Bolívia também enfrenta um cenário preocupante. Até meados de setembro de 2024, as emissões de carbono resultantes dos incêndios no país somaram 76 megatoneladas, que é um número recorde no banco de dados do CAMS, superando o marco anterior de 2010. Só em setembro, a Bolívia emitiu mais de 32 megatoneladas; o departamento de Santa Cruz (vizinho ao Brasil) é o primeiro em número de incêndios.

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Condições climáticas incêndios

Mark Parrington, cientista sênior do CAMS, afirmou que os incêndios em 2024 na América do Sul estão muito acima da média esperada, especialmente nos meses de julho a setembro, período típico de queimadas. Além disso, fatores climáticos como altas temperaturas e seca prolongada contribuíram para a intensidade e disseminação dos incêndios.

A disseminação da fumaça dos incêndios também tem sido alarmante. O CAMS observou que a fumaça da Amazônia e do Pantanal chegou a atravessar o Atlântico, impactando a qualidade do ar em regiões muito distantes das áreas de origem. os principais fatores que contribuíram para a crise dos incêndios em2024 são:

  • Altas temperaturas;
  • Seca prolongada;
  • Fatores climáticos adversos.

Governo de Mato Grosso sanciona lei que libera pecuária em áreas de proteção permanente na bacia do Alto Paraguai. E faz isso em plena crise climática, incentivando mais queimadas e destruição ambiental. É muita ganância e irresponsabilidade

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— Gleisi Hoffmann (@gleisi.bsky.social) 22 de setembro de 2024 17:36

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