Recentemente, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial atingiu um valor que sinaliza o início potencial de um evento de La Niña, segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). A anomalia de temperatura registrada foi de -0,5ºC, exatamente no limite entre a neutralidade e a fase fria do oceano.
Embora essa seja a primeira ocorrência deste ano dessa magnitude, é necessário um período prolongado de temperaturas consistentemente baixas para confirmar a presença de um evento climático. Ainda não é possível declarar um fenômeno La Niña com base em apenas uma semana de dados.
Como a NOAA projeta a La Niña para os próximos meses?
Segundo o Centro de Previsão Climática (CPC) da NOAA, a chance de um evento de La Niña se desenvolver nesta primavera ultrapassa os 80%. As probabilidades detalhadas indicam uma elevada confiança na instalação do fenômeno entre os meses de outubro e novembro.
Quais os impactos do fenômeno La Niña no Brasil?
No Brasil, os efeitos do fenômeno La Niña variam conforme a região. No Sul do país, normalmente há uma redução nas chuvas, enquanto no Norte e no Nordeste, o fenômeno pode causar um aumento nas precipitações. A última ocorrência significativa foi entre 2020 e 2023, resultou em períodos de estiagem e crises hídricas no Sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
- Sul do Brasil: Maior risco de estiagem e aumento na entrada de massas de ar frio.
- Norte e Nordeste: Incremento nas chuvas, o que pode trazer alívio para áreas afetadas por secas.
- Centro-Oeste: Possibilidade de eventos climáticos extremos, tanto de seca quanto de chuva intensa.
Como impacta o clima global?
La Niña é um fenômeno climático caracterizado por temperaturas mais baixas na superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental. Esta condição contrasta com o El Niño, sua contraparte quente, e tem efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do mundo.
Em escala global, a presença de La Niña ocasiona uma diminuição na temperatura média do planeta. No entanto, devido ao aquecimento global, até mesmo eventos de hoje podem resultar em temperaturas globais mais altas do que eventos de El Niño de décadas atrás.
Siga a gente no Google Notícias