Em São Paulo, a corrida pela prefeitura se intensificou após o soco nos bastidores do debate na última segunda-feira, 23. O clima de tensão e troca de acusações se manteve desde o início do debate promovido pela TV Record na noite deste sábado, 28. As principais figuras visadas foram o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e Guilherme Boulos (PSOL), ambos liderando as pesquisas de intenção de voto.
Opiniões e ataques diretos marcaram a interação entre os candidatos. Nomeadamente, Pablo Marçal (PRTB) trouxe à tona alegações de desvios nas merendas escolares, reacendendo a chama da polêmica que iniciou no debate anterior. Além disso, Marina Helena (Novo) e José Luiz Datena (PSDB) também não pouparam esforços em seus ataques, destacando questões de segurança e fraude, mantendo o clima tenso.
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Principais pivôs de acusações no debate
Marçal, ao confrontar Nunes, relembrou os supostos desvios relacionados às merendas das creches municipais, tema recorrente que gerou conflitos anteriormente. Ricardo Nunes, em sua defesa, afirmou manter uma vida limpa e sem envolvimento em irregularidades. Já Marina Helena criticou a administração de Nunes ao abordar a questão de supostas fraudes, acusação prontamente refutada pelo prefeito.
Os ataques seguiram com Datena abordando Tabata Amaral (PSB) sobre a segurança na cidade, novamente mirando Nunes. Boulos também foi alvo, com perguntas sobre suas opiniões a respeito de temas controversos como o aborto e a política na Venezuela. Tabata e Marina Helena apontaram inconsistências no posicionamento de Boulos, que defendeu suas mudanças de opinião como reflexo do amadurecimento político.
Um dos pontos altos de tensão foi a referência à Polícia Federal (PF). Marçal citou o indiciamento de 117 pessoas por suposto envolvimento em desvios de verbas de merendas. Em resposta, Nunes lembrou a condenação de Marçal no passado por ligação com um grupo acusado de desviar dinheiro de contas bancárias. Essa troca revelou um histórico de rivalidades e acusações preexistentes, intensificando o momento do debate.
Os ataques a Nunes continuaram, desta vez com Marina Helena aproveitando a oportunidade para abordar outra denúncia sobre aluguel de carros em campanha. Nunes negou qualquer irregularidade, enfatizando sua administração transparente. Em paralelo, Datena fez menções à campanha milionária de Nunes, insinuando a aplicação inadequada de recursos públicos.
Reações dos candidatos às acusações
Tabata utilizou seu tempo de réplica para refutar acusações de plágio levantadas por Marina Helena. Em reposta, utilizou um tom assertivo para defender a originalidade de seus projetos, destacando a importância de verificar a autoria das iniciativas mencionadas. Marçal, por sua vez, optou por ironizar ao se referir à reputação de seus adversários, tentando desviar a atenção das acusações contra ele.
O ambiente do debate foi cuidadosamente controlado. Nenhum contato entre os candidatos foi permitido antes de entrarem no estúdio, e diversos mecanismos de segurança foram implementados pela TV Record para evitar confrontos físicos. As entradas foram escalonadas e supervisores foram submetidos a rigorosos procedimentos de segurança, incluindo a passagem por detectores de metais.
Além disso, a ausência do assessor Nahuel Medina, central na polêmica do soco do debate anterior, e a presença discreta de Duda Lima, marqueteiro de Nunes ferido na ocasião, marcaram o evento. As medidas refletiram a gravidade dos incidentes recentes e o esforço para manter a ordem durante o debate.