IBRE/FGV

Atividade econômica no Brasil tem recuo 0,2% em agosto

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2024, em valores correntes, alcançou R$ 7,570 trilhões até julho; a taxa de investimento no país situou-se em 18,1% em agosto, superando as médias históricas para o período

Atividade econômica no Brasil tem recuo 0,2% em agosto
Atividade econômica registrou recuo de 0,2% em agosto de 2024 – Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Monitor do PIB/FGV divulgou, em seu relatório mensal, que houve um leve recuo de 0,2% na atividade econômica no Brasil durante o mês de agosto, comparando-se ao mês anterior.

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Este resultado destaca a continuação de um cenário de retração econômica brasileira, dado que este é o segundo mês consecutivo de declínio. Apesar disso, em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 3,4% em agosto e 4,1% no trimestre móvel findo no mesmo mês.

Fatores para o recuo

Os dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) sugerem que a retração da economia brasileira pode ser atribuída principalmente ao desempenho estagnado da indústria e ao recuo dos serviços, segundo informou a Agência Brasil.

A agropecuária, por outro lado, apresentou um crescimento no comparativo mensal, tornando-se o único setor entre os três grandes componentes econômicos a registrar alta.

Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, explica que, apesar do crescimento em vários componentes da demanda, houve uma queda significativa nas exportações de produtos agropecuários e minérios. Isso resultou em uma redução de 2,5% nas exportações totais, o que impactou negativamente o resultado do PIB em agosto.

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Análise do comportamento das exportações

O impacto das exportações no crescimento econômico foi menor no trimestre encerrado em agosto em comparação com o ano anterior. Enquanto em 2023 as exportações agropecuárias e minerais contribuíram com cerca de 8 pontos percentuais para o crescimento, em 2024 essa contribuição caiu para 1,2 pontos percentuais, a menor desde fevereiro daquele ano.

Consumo das famílias e investimentos

Apesar das dificuldades, o consumo das famílias brasileiras mostrou estabilidade e crescimento em diversas categorias ao longo do ano, notadamente no setor de serviços. Produtos duráveis e não duráveis também registraram contribuições significativas para o crescimento do consumo doméstico.

No campo dos investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) experimentou um crescimento robusto, impulsionado principalmente pelo setor de máquinas e equipamentos. Essa expansão é parcialmente explicada pela baixa base de comparação de 2023. Além disso, o setor da construção e outros segmentos da FBCF também adicionaram valor ao desempenho econômico.

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Importações e perspectivas econômicas

O levantamento do Ibre/FGV também apontou para um aumento considerável nas importações em todas as categorias, com os bens intermediários liderando o aumento. Bens de consumo, serviços e bens de capital também foram identificados como impulsionadores desse crescimento, refletindo uma dinâmica positiva no cenário de importações.

Diante desse panorama, o PIB brasileiro para 2024, em valores correntes, alcançou R$ 7,570 trilhões até julho, segundo as estimativas do Monitor do PIB-FGV. A taxa de investimento no país situou-se em 18,1% em agosto, superando as médias históricas, o que oferece uma visão positiva das tendências de longo prazo para a economia brasileira.

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