Na última segunda-feira, instabilidades na utilização do Pix deixaram consumidores em alerta. O Banco Central, responsável pela administração do método de pagamento, confirmou a ocorrência de problemas técnicos, mas não divulgou detalhes específicos sobre a falha.
Além dos transtornos recentes, o ano de 2023 registrou um significativo aumento nos vazamentos de dados pessoais vinculados às chaves Pix, somando quase 126 mil incidentes até setembro de 2024, conforme dados do Banco Central.
Como a chave aleatória do Pix protege contra golpes?
Face ao aumento perceptível dos riscos associados à utilização do Pix, especialistas em segurança têm emitido orientações para que os cidadãos se protejam de possíveis golpes. De acordo com Gilberto Sudré, especialista em Segurança da Informação, uma das recomendações principais é o uso da chave aleatória para transações. Diferentemente das chaves que utilizam informações pessoais, como telefone ou e-mail, a chave aleatória, composta por uma combinação de 36 caracteres, impede que criminosos obtenham dados pessoais valiosos.
Sudré destaca que, caso se classifiquem as chaves por segurança, a chave aleatória seria a mais segura, seguida por e-mails, CPF e, por último, números de telefone. Ele afirma ainda que, não obstante as falhas apresentadas, o Pix se mantém como uma solução segura para pagamentos instantâneos, sendo que novas medidas de segurança estão sendo planejadas pelo Banco Central para 2024.
Como se proteger contra golpes?
- Confirme os dados do destinatário: Antes de realizar qualquer transferência, verifique minuciosamente as informações do beneficiário.
- Evite confirmar dados via ligações: Instituições financeiras jamais solicitam confirmação de chaves Pix por telefone.
- Desconfie de promoções urgentes: Esteja atento a mensagens que pressionam para a realização de transferências sob a promessa de ofertas vantajosas.
- Defina um limite de transação: Estabeleça limites diários ou mensais para suas transações, dificultando operações fraudulentas de grande valor.
Mesmo com essas precauções, ninguém está totalmente protegido de fraudes. Em situações de golpe, a Serasa aconselha que a vítima informe o banco em até 80 dias. O banco, após analisar o caso, pode devolver o valor em até 96 horas se a fraude for confirmada.
Como acionar o MED após um golpe no Pix?
Além de reportar o caso ao banco, o registro de um boletim de ocorrência é fundamental para auxiliar nas investigações policiais. Caso as soluções não sejam encontradas nesta etapa, o Procon e a ouvidoria do Banco Central são opções adicionais para buscar resolução. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix pode ser acionado imediatamente após o registro da ocorrência, permitindo o bloqueio dos valores desviados pela instituição do suposto golpista.
Como os bancos estão reforçando a segurança do Pix?
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) reforça a confiança nas medidas de segurança implementadas pelo Banco Central. Com quase quatro anos em operação, o Pix se provou eficiente e seguro, com altos volumes de adesão e transações. Para 2024, os bancos planejam investir cerca de R$ 48 bilhões em tecnologia, dedicando uma fração significativa à prevenção de fraudes e segurança, reforçando o compromisso com a proteção dos dados dos clientes.
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