INJEÇÃO LETAL

O que é a síndrome do bebê sacudido? Entenda mais

Roberson Roberson, diagnosticado com autismo, foi condenado pela morte de sua filha de dois anos em 2002. Ele pode ser a primeira pessoa a ser executada com a acusação relacionada a esta síndrome nos Estados Unidos

O que é a síndrome do bebê sacudido? Entenda mais
Sangramento no cérebro (esq.) e fratura no crânio (dir.) causados pela síndrome do bebê sacudido – Crédito: Wikemedia/Domínio Público

Um homem enfrenta a possibilidade de ser a primeira pessoa a ser executada com a acusação relacionada à “síndrome do bebê sacudido” nos Estados Unidos.

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Em 2002, Roberson Roberson, diagnosticado com autismo, foi condenado pela morte de sua filha de dois anos, em um caso que levanta questões sobre diagnósticos controversos e a aplicação de justiça. A execução por injeção letal, se ocorrer nesta quinta-feira (17), colocará em evidência a utilização de interpretações médicas em processos judiciais.

O que é a síndrome do bebê sacudido?

A síndrome do bebê sacudido, tecnicamente conhecida como trauma craniano abusivo (AHT, na sigla em inglês), é uma condição grave que ocorre quando um bebê é chacoalhado com violência. Isso pode causar lesões severas como hemorragias cerebrais, danos oculares como hemorragias na retina, e fraturas no crânio ou ossos longos, como pernas e braços.

Devido à fragilidade do cérebro e dos vasos sanguíneos dos bebês, esse tipo de trauma pode resultar em danos permanentes, incluindo problemas visuais e de desenvolvimento, e em casos extremos, pode levar à morte.

Causas e fatores de risco

Em geral, a síndrome afeta bebês com menos de um ano, sobretudo aqueles abaixo de seis meses, uma faixa etária em que as crianças choram mais frequentemente. Esse comportamento pode frustrar cuidadores inexperientes ou que enfrentam desafios pessoais, como dificuldades financeiras ou problemas de saúde mental.

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O NHS, serviço de saúde do Reino Unido, esclarece que as lesões associadas à síndrome do bebê sacudido não são resultantes de brincadeiras normais, que são, na verdade, essenciais para o desenvolvimento emocional e social do bebê.

Sintomas e diagnóstico

Os sinais de alerta para a síndrome incluem choro constante, irritação extrema, sonolência, dificuldade para respirar, falta de apetite, náuseas, vômitos, pele pálida ou azulada, convulsões e paralisia. Em muitos casos, mesmo os sintomas leves podem passar despercebidos inicialmente.

O diagnóstico geralmente envolve exames de imagem como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, exame esquelético através de raios-X, e avaliação ocular para detectar lesões.

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Exames de sangue são realizados para excluir outras condições com sintomas semelhantes. Dependendo da gravidade, a criança pode necessitar de cuidados intensivos.

Tratamento e consequências

Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), a maioria das hemorragias na retina se resolve sem tratamento, mas em casos mais complicados, como hemorragias vítreas, pode ser necessário intervenção cirúrgica para prevenir complicações visuais como a ambliopia.

Em situações mais graves, cirurgias adicionais podem ser requeridas para tratar sangramentos internos ou lesões cerebrais.

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