As ciclofaixas na Rua Pergentino Maia, localizada no bairro Messejana em Fortaleza, vêm sendo utilizadas de maneira indevida por motoristas e motociclistas, que frequentemente as ocupam para estacionamento. Essa prática tem sido foco de reclamações por parte dos moradores e trabalhadores da área, que denunciam tal comportamento como sendo comum. Em uma manhã deste mês, a equipe de reportagem observou diversas infrações no local.
Apesar de as ciclofaixas serem projetadas exclusivamente para o tráfego seguro de ciclistas, em um período de apenas uma hora, foram vistos três carros e uma motocicleta utilizando esses espaços de maneira inadequada. Esta situação gera preocupações crescentes entre aqueles que dependem das ciclofaixas para sua mobilidade.
Por que motoristas estacionam nas ciclofaixas?
De acordo com Francisco Wênio, porteiro de uma escola próxima, alguns motoristas alegam que param brevemente na ciclofaixa para deixar ou buscar passageiros devido à falta de estacionamentos disponíveis. No entanto, Marcos Oliveira, atendente de uma ótica da região, sugere que alguns veículos permanecem estacionados por tempos mais longos, muitas vezes por cerca de 10 minutos enquanto os motoristas visitam lojas nas proximidades.
A prática de estacionar nas ciclofaixas, considerado uma infração, é em alguns casos feita conscientemente. Francisco Eranilton, motociclista que utilizou a ciclofaixa de maneira irregular, mencionou que evita deixar o veículo por muito tempo temendo multas, já que recentemente completou suas aulas de habilitação onde foi instruído sobre tais regras.
Quais são as penalidades para o uso indevido de ciclofaixas?
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica a ocupação de ciclofaixas por veículos motorizados como uma infração grave. De acordo com os artigos 181 e 182, tanto parar quanto estacionar em ciclofaixas são passíveis de penalização, o que pode resultar em multa e até mesmo na remoção do veículo.
Ainda mais severa é a infração prevista no artigo 193 do CTB, que trata do tráfego de veículos motorizados sobre as ciclofaixas. Essa conduta é considerada gravíssima e acarreta multas rigorosas. As autoridades de trânsito, representadas pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), afirmam que fiscalizam estas infrações através de patrulhamento presencial e videomonitoramento.
Como os ciclistas são afetados por essas infrações?
Os ciclistas que usam a Rua Pergentino Maia relatam que os problemas se intensificam em dias de feira e finais de semana, quando as ciclofaixas são mais usadas indevidamente. Fernando dos Santos, um frequentador regular das ciclofaixas, comenta sobre a dificuldade de transitar pela área durante esses períodos, o que ele descreve como “praticamente impossível”.
A presença indevida de veículos nas ciclofaixas não só compromete a segurança dos ciclistas como também desrespeita o planejamento urbano voltado à mobilidade sustentável, afetando a experiência de quem opta por esse meio de transporte.
A fiscalização é efetiva em coibir essas práticas?
A AMC informou que as ações de fiscalização ocorrem através de patrulhamento de agentes em rotas volantes e monitoramento por câmeras. Infrações graves podem incorrer em multa de R$ 195,23 e cinco pontos na carteira de habilitação, ao passo que o tráfego de veículos motorizados nas ciclofaixas resulta em multa de R$ 880,41 e sete pontos na carteira.
Apesar dessas medidas, o desafio persiste em garantir que as ciclofaixas cumpram sua função principal de proporcionar um trânsito mais seguro e eficiente para os ciclistas urbanos, indicando a necessidade contínua de conscientização e respeito às normas de trânsito.
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