Os uruguaios se dirigiram às urnas no último domingo (27) para escolher o próximo presidente do país. Com as projeções dos institutos de pesquisa apontando para um segundo turno, agendado para 24 de novembro, a disputa no Uruguai segue entre dois candidatos. Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda Frente Ampla, enfrenta Álvaro Delgado, apoiado pela centro-direita do atual presidente Luis Lacalle Pou.
Yamandú Orsi, com um significativo apoio popular, obteve cerca de 44% dos votos nas primeiras projeções. Por outro lado, Álvaro Delgado, representante do Partido Nacional, obteve 27%. Mesmo que esses números ainda aguardem confirmação oficial, ambos os candidatos já se preparam para o segundo turno, aceitando as projeções como resultados quase definitivos.
Quem é Yamandú Orsi?
Yamandú Orsi é um nome forte dentro da Frente Ampla e conta com o apoio do ex-presidente José “Pepe” Mujica. Nascido em 1967, é professor de História e já ocupou o cargo de governador do departamento de Canelones, a segunda maior região do Uruguai. Iniciou sua militância política logo após o fim da ditadura militar em 1984, e desde então, vem se destacando como um herdeiro político de Mujica.
Suas propostas durante a campanha foram principalmente focadas em políticas ambientais e apoio aos pequenos produtores, além de promover a inclusão social. Orsi, que tem um estilo de vida simples, similar ao de Mujica, busca devolver a presidência à esquerda demonstrando uma postura moderada, sem prometer mudanças radicais. Seu compromisso é renovar a esquerda com base no diálogo e, caso eleito, seria o primeiro presidente oriundo do interior do país desde a redemocratização.
Qual é a proposta de Álvaro Delgado?
Álvaro Delgado, candidato da coalizão do atual governo, é a aposta da direita para assegurar mais cinco anos de liderança. Com uma importante trajetória política como secretário da Presidência durante o governo de Lacalle Pou, Delgado ganhou notoriedade em sua abordagem durante a pandemia de covid-19, promovendo a liberdade responsável.
Veterinário de formação e com fortes conexões com o setor rural, Delgado, de 55 anos, está buscando dar continuidade às reformas iniciadas por Lacalle Pou. Sua plataforma propõe um “segundo piso de transformações”, focando em segurança, crescimento econômico e estabilidade social, sem grandes rupturas com os atuais rumos do governo.
A política de continuidade e mudança no Uruguai
No cenário político do Uruguai, as transições de governo são, em grande parte, caracterizadas pela continuidade, independentemente de quem vença. Historicamente, os eleitores uruguaios demonstram preferência por mudanças graduais, ao invés de reformas abruptas. Isso explica a tonalidade suave das propostas tanto de Orsi quanto de Delgado.
Embora ambos os candidatos pertençam a espectros políticos opostos, suas campanhas são traçadas pela promessa de manter a estabilidade do país, cada um à sua maneira. A escolha de novembro definirá quem conduzirá o país pelos próximos anos, mantendo o equilíbrio entre tradição e inovação que rege a política uruguaia.
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