CLÁSSICO E POPULAR

Saiba quem foi Arthur Moreira Lima, o ‘Pelé do piano’ erudito

Saiba quem foi Arthur Moreira Lima, o 'Pelé do piano' erudito
Arthur Moreira Lima (ao piano) com Nelson Gonçalves na capa do disco ‘O boêmio e o pianista’, de 1992 – Crédito: Reprodução

O pianista Arthur Moreira Lima faleceu em Florianópolis (SC), aos 84 anos, nesta quarta-feira (30). Considerado um dos músicos mais importantes do Brasil e conhecido como o “Pelé do piano”, Lima deixou uma marca indelével tanto na música clássica quanto na popular.

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Arthur Moreira Lima destacou-se como um intérprete de compositores românticos consagrados, incluindo Frédéric Chopin (1810-1849), Franz Liszt (1811-1886) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

A maestria e a sensibilidade com que interpretava essas obras granjearam-lhe fama internacional. No entanto, sua versatilidade o levou a explorar outros gêneros musicais, tornando-o conhecido em círculos além das esferas tradicionais da música clássica.

Como Arthur Moreira Lima conquistou a música popular?

A partir da década de 1970, segundo o jornalista Mauro Ferreira do g1, o pianista começou a incursionar no território da música popular, o que aumentou sua visibilidade.

Em 1975, lançou um álbum que iluminou a, até então, subestimada obra de Ernesto Nazareth, contribuinte vital para a difusão do choro no início do século XX. Esse trabalho foi de tamanha importância que, em 1977, gerou um segundo volume intitulado “Arthur Moreira Lima interpreta Ernesto Nazareth”.

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Em 1979, Lima uniu-se a mestres do choro em um espetáculo que resultou no álbum ao vivo “Chorando baixinho – Encontro histórico”. Sua habilidade para transitar entre gêneros distintos foi ainda demonstrada com o lançamento de um disco dedicado ao repertório de Noel Rosa, uma figura icônica do samba carioca, no mesmo ano.

Parcerias e colaborações notáveis

Lima não trabalhou sozinho. Em 1980, juntou-se ao compositor Elomar para criar o álbum “Parcelada malunga”, retornando ao lado de Elomar dois anos depois para o disco “Consertão”, que contou também com a participação de Paulo Moura e Heraldo do Monte. Essas colaborações foram fundamentais para sua carreira, projetando sua versatilidade e inclinação para parcerias inspiradoras.

Outra colaboração notável ocorreu entre 1985 e 1986, quando Moreira Lima idealizou ao lado de Ney Matogrosso o show “Pescador de pérolas”, capturado em um disco ao vivo lançado em 1987. A capacidade de Lima para unir o erudito ao popular fez dele um artista verdadeiramente singular.

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Um toque de classe na música popular

Nos anos 1990, suas conexões com a música popular foram aprofundadas. Ele se uniu a Nelson Gonçalves em 1992 para criar o álbum “O boêmio e o pianista”, explorando o repertório do cantor. Já em 2000, Arthur Moreira Lima lançou um disco que apresentava interpretações de sucessos do cantor Roberto Carlos, mostrando sua ausência de preconceitos musicais e a dedicação em levar um toque refinado a tudo que tocava.

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Leia mais: Arthur Moreira Lima: o pianista que trocou o brilho dos palcos pelo interior do Brasil  

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