O pianista Arthur Moreira Lima faleceu em Florianópolis (SC), aos 84 anos, nesta quarta-feira (30). Considerado um dos músicos mais importantes do Brasil e conhecido como o “Pelé do piano”, Lima deixou uma marca indelével tanto na música clássica quanto na popular.
Arthur Moreira Lima destacou-se como um intérprete de compositores românticos consagrados, incluindo Frédéric Chopin (1810-1849), Franz Liszt (1811-1886) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959).
A maestria e a sensibilidade com que interpretava essas obras granjearam-lhe fama internacional. No entanto, sua versatilidade o levou a explorar outros gêneros musicais, tornando-o conhecido em círculos além das esferas tradicionais da música clássica.
Como Arthur Moreira Lima conquistou a música popular?
A partir da década de 1970, segundo o jornalista Mauro Ferreira do g1, o pianista começou a incursionar no território da música popular, o que aumentou sua visibilidade.
Em 1975, lançou um álbum que iluminou a, até então, subestimada obra de Ernesto Nazareth, contribuinte vital para a difusão do choro no início do século XX. Esse trabalho foi de tamanha importância que, em 1977, gerou um segundo volume intitulado “Arthur Moreira Lima interpreta Ernesto Nazareth”.
Em 1979, Lima uniu-se a mestres do choro em um espetáculo que resultou no álbum ao vivo “Chorando baixinho – Encontro histórico”. Sua habilidade para transitar entre gêneros distintos foi ainda demonstrada com o lançamento de um disco dedicado ao repertório de Noel Rosa, uma figura icônica do samba carioca, no mesmo ano.
Parcerias e colaborações notáveis
Lima não trabalhou sozinho. Em 1980, juntou-se ao compositor Elomar para criar o álbum “Parcelada malunga”, retornando ao lado de Elomar dois anos depois para o disco “Consertão”, que contou também com a participação de Paulo Moura e Heraldo do Monte. Essas colaborações foram fundamentais para sua carreira, projetando sua versatilidade e inclinação para parcerias inspiradoras.
Outra colaboração notável ocorreu entre 1985 e 1986, quando Moreira Lima idealizou ao lado de Ney Matogrosso o show “Pescador de pérolas”, capturado em um disco ao vivo lançado em 1987. A capacidade de Lima para unir o erudito ao popular fez dele um artista verdadeiramente singular.
Um toque de classe na música popular
Nos anos 1990, suas conexões com a música popular foram aprofundadas. Ele se uniu a Nelson Gonçalves em 1992 para criar o álbum “O boêmio e o pianista”, explorando o repertório do cantor. Já em 2000, Arthur Moreira Lima lançou um disco que apresentava interpretações de sucessos do cantor Roberto Carlos, mostrando sua ausência de preconceitos musicais e a dedicação em levar um toque refinado a tudo que tocava.
O Brasil se despede do pianista Arthur Moreira Lima, que faleceu nesta quarta-feira (30), aos 84 anos, em Florianópolis. Ele que já foi chamado de “Pelé do Piano”, encantou gerações com suas belíssimas interpretações dos grandes compositores. pic.twitter.com/eCa2WRFYr8
— Ivan M Bulhões (@BlogCarcara) October 31, 2024
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