Recentes investigações científicas têm trazido à tona informações sobre a relação entre a prática de exercícios físicos e a saúde cognitiva. Um estudo recente, publicado no British Journal of Sports Medicine, destacou que indivíduos que se exercitam exclusivamente aos fins de semana podem apresentar um risco semelhante de desenvolver demência leve quando comparados aos que praticam atividades físicas de forma mais frequente durante a semana.
Essa pesquisa, conduzida por uma equipe de acadêmicos da América Latina e Europa, buscou determinar se a frequência do exercício influencia o risco de comprometimento cognitivo leve. A conclusão sugere que manter uma rotina de exercícios, ainda que concentrada em apenas um ou dois dias da semana, pode ser igualmente eficaz na prevenção dessas condições.
Qual é o papel dos “guerreiros de fim de semana” na prevenção da demência?
Os chamados “guerreiros de fim de semana” são indivíduos que concentram suas atividades físicas em sessões mais intensas realizadas uma ou duas vezes por semana. O estudo baseou suas conclusões em dados colhidos do Estudo Prospectivo da Cidade do México, que acompanhou a saúde de milhares de participantes ao longo de muitos anos. A pesquisa mostrou que aqueles que se exercitavam apenas nos finais de semana tinham 13% menos probabilidade de desenvolver comprometimento cognitivo leve do que aqueles que não se exercitavam.
Interessantemente, os resultados foram consistentes entre homens e mulheres. Além disso, o grupo dos guerreiros de fim de semana apresentou riscos de demência semelhantes aos dos indivíduos que se exercitavam regularmente, pelo menos três vezes por semana. Essa informação revela a potencial eficácia desse padrão de atividade física em mitigar riscos de saúde mental associados à idade.
Que fatores influenciam a relação entre exercício e saúde cognitiva?
A análise considerou também outros fatores que poderiam impactar a relação entre atividade física e cognição, como idade, sexo, educação e índice de massa corporal. Os pesquisadores ajustaram suas descobertas para esses fatores de confusão, confirmando que o padrão de exercício do guerreiro de fim de semana ainda apresentava benefícios significativos. Isso reforça a ideia de que a falta de tempo não deve ser um impedimento para a obtenção de benefícios cognitivos relacionados à prática de exercícios.
Quais são as implicações para políticas e práticas de saúde pública?
Os resultados desse estudo podem ter importantes implicações para políticas de saúde pública, especialmente em regiões onde o tempo disponível para exercícios é limitado. A prática de exercícios concentrada nos finais de semana pode oferecer uma opção prática para pessoas ocupadas, sem comprometer a eficiência na prevenção de doenças cognitivas.
Além disso, esse formato de exercício pode se alinhar bem com os estilos de vida de muitas pessoas em países de alta e média renda. Ao possibilitar que mais indivíduos integrem o exercício em suas rotinas, mesmo que de forma pontual, os sistemas de saúde podem contribuir para a redução de novos casos de demência, que atualmente afetam milhões globalmente.
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