mais de 150 mil fotos

Quem foi Evandro Teixeira, mestre do fotojornalismo?

Evandro Teixeira
“Passeata dos Cem Mil” – Créditos: Evandro Teixeira/Acervo IMS

Evandro Teixeira faleceu nesta segunda-feira (4) aos 88 anos no Rio de Janeiro. Ele é reconhecido como um dos mais influentes fotojornalistas do Brasil – durante mais de 70 anos de carreira, destacou-se por capturar momentos históricos significativos, desde a ditadura militar brasileira até diversos aspectos da cultura e sociedade do país. Seu trabalho permanece uma referência crucial na documentação visual de épocas marcantes.

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Grande parte da trajetória de Teixeira foi marcada pela sua atuação no Jornal do Brasil, onde trabalhou por 47 anos. Suas fotografias ganharam reconhecimento internacional, participando de exposições prestigiadas como a da Leica em Nova York. Com uma vasta coleção de mais de 150 mil fotos, seu acervo apresenta desde imagens icônicas de figuras como Pelé e Ayrton Senna até registros das condições sociais do Brasil, incluindo a fome e a pobreza.

Como Evandro Teixeira capturou a história do Brasil

Evandro Teixeira tornou-se famoso por sua capacidade única de capturar a essência de eventos históricos e sociais através de suas lentes. Entre suas fotos mais conhecidas estão as que documentam o golpe militar no Brasil em 1964, como na emblemática “Tomada do Forte de Copacabana”, e a icônica “Passeata dos Cem Mil” em 1968, que simboliza a resistência contra a ditadura militar no país.

Ao longo de sua carreira, Teixeira participou de eventos de relevância histórica internacional, como o golpe militar de 1973 no Chile. Durante sua estada lá, registrou o funeral de Pablo Neruda, criando uma das imagens mais célebres desse período turbulento. Sua produção autoral foi complementada por livros que exploram essas épocas, como “Fotojornalismo” e “Canudos: 100 anos”.

Quais impactos Teixeira deixou para o fotojornalismo?

Evandro Teixeira deixou um legado indelével no fotojornalismo, influenciando gerações posteriores de fotógrafos com seu olhar apurado e comprometimento com a verdade. Suas fotografias são parte de coleções de importantes instituições, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), atestando o valor artístico e documental de seu trabalho.

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Além de suas contribuições práticas, Teixeira também investiu em partilhar sua experiência, ministrando cursos e escrevendo livros que abordam não só técnicas fotográficas, mas também a narrativa por trás das imagens. Sua capacidade de conectar eventos e indivíduos através da fotografia continua a inspirar tanto profissionais quanto entusiastas da área, ilustrando o poder da imagem como veículo de memória e resistência.

O resguardo de seu acervo e continuidade de sua influência

Todo o acervo de Evandro Teixeira está preservado no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, garantindo que suas obras fiquem acessíveis para pesquisas e exposições futuras. Isso permite que novas gerações possam aprender e se inspirar na vasta contribuição que Teixeira fez para a documentação visual, mantendo sua influência viva no cenário cultural e artístico do Brasil.

Evandro Teixeira não apenas documentou a história como a viveu intensamente, se fazendo presente em momentos cruciais e, assim, proporcionando um espelho da sociedade de sua época. Sua obra permanece como um testemunho de coragem, revelando muito sobre a humanidade através da arte fotográfica.

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