Kamala Harris ou Donald Trump? Esta terça-feira (5) é o último dia para os americanos escolherem qual dos dois irá se eleger presidente dos Estados Unidos. Ambos chegam tecnicamente empatados ao dia do pleito numa disputa que é vista como a potencialmente mais acirrada da história americana.
As eleições nos Estados Unidos são um processo político complexo, marcado por um sistema de votação indireto através do Colégio Eleitoral. Esse método pode levar a situações onde um candidato vence no voto popular, mas perde na eleição. Em 2024, essa dinâmica é particularmente evidente na competição entre Kamala Harris e Donald Trump, que se desenrola em um contexto de grande expectativa e interesse global.
Disputa acirrada
Como aconteceu com Hillary Clinton em 2016, é possível que a democrata vença no voto popular, mas perca a eleição. Isso porque o sistema de votação dos EUA é indireto: cada estado tem direito a um número de delegados, que votam no Colégio Eleitoral. Ganha quem conseguir 270 votos ou mais.
Kamala chega ao dia da eleição com 226 delegados; Trump, com 219 – resultado da soma de estados onde a vitória de um ou de outro é praticamente certa. O que está em jogo agora são 93 delegados, distribuídos entre sete estados.
Os eleitores americanos, em sua maioria, já participaram antecipadamente das votações, refletindo um grande envolvimento público. No entanto, a contagem final dos votos depende dos resultados nos estados-chave, que possuem um número significativo de delegados do Colégio Eleitoral. Este artigo examina como esse sistema funciona, bem como as estratégias e desafios enfrentados por ambos os candidatos neste processo eleitoral crucial.
Como funciona o colégio eleitoral?
Nos Estados Unidos, o presidente não é eleito diretamente pelo voto popular. Em vez disso, cada estado tem um número específico de delegados que formam o Colégio Eleitoral. O número de delegados por estado é baseado no número de seus representantes no Congresso, somando seus senadores e deputados. O candidato que consegue a maioria dos votos dos delegados, ou seja, pelo menos 270 dos 538 totais, é declarado vencedor.
Estados decisivos para Trump e Kamala
Para a eleição de 2024, os estados-pêndulo desempenham um papel essencial. Estados como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, conhecidos por sua tradicional inclinação para o Partido Democrata, são o foco principal para Kamala Harris. Historicamente, essas regiões votam em bloco, o que pode garantir um impulso significativo para qualquer candidato democrata.
Já para Donald Trump, a abordagem inclui tanto os estados da região do Cinturão do Sol quanto os estados da muralha azul. A Pensilvânia emerge como um estado importante devido ao seu número elevado de delegados. Para ambos os candidatos, vencer nesses estados chave significa aproximar-se consideravelmente do número necessário de votos no Colégio Eleitoral.
Recontagem de votos
Devido à previsibilidade possível de margens apertadas, vários estados possuem mecanismos automáticos e manuais para recontagem de votos. A recontagem depende do estado e das diretrizes específicas estabelecidas por lei.
- Pensilvânia: implanta a recontagem automática se a diferença for de 0,5% ou menos. Pode ser solicitado recurso contra a apuração em níveis locais, levando a recontagens adicionais;
- Arizona: a recontagem é ativada automaticamente quando a diferença entre candidatos é de 0,5% ou menor, sem opção para pedido manual por candidatos;
- Geórgia: não possui recontagem automática, mas permite que seja solicitada se a diferença for equivalente ou inferior a 0,5%.
If you’re still on the fence about voting in this election, think about what really matters – about the values we were taught, the kind of country we want to be, and how this is a moment when your vote really does count.
Your vote could determine the fate of our republic – the… pic.twitter.com/qv46tK0r89
— Barack Obama (@BarackObama) November 5, 2024
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