combate isolado

Zelensky confirma confrontos fatais entre tropas ucranianas e norte-coreanas

Tropas norte-coreanas foram enviadas para a Rússia, onde se envolveram em combates contra forças ucranianas, segundo Zelensky.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky – Crédito: Getty Images

Tropas norte-coreanas foram enviadas para a região de Kursk, na Rússia, onde se envolveram em combates contra forças ucranianas, segundo declaração do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na quinta-feira (7). O líder confirmou que esses confrontos já resultaram em baixas no campo de batalha.

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Zelensky afirmou que cerca de 11 mil soldados norte-coreanos estão posicionados na área onde a ofensiva da Ucrânia, que dura três meses em território russo, encontra dificuldades para avançar.

Onze mil soldados norte-coreanos ou soldados do exército norte-coreano estão atualmente presentes no território da Federação Russa na fronteira com a Ucrânia no norte do nosso país na região de Kursk”, disse Zelensky a repórteres na cúpula da Comunidade Política Europeia, realizada em Budapeste, Hungria, na quinta-feira. “Algumas dessas tropas já participaram de hostilidades contra os militares ucranianos. Sim, já há perdas, isso é um fato.” No entanto, o presidente não especificou quais lados registraram fatalidades.

Parceria militar entre Moscou e Pyongyang

No início da semana, o jornal The New York Times noticiou que tropas norte-coreanas sofreram baixas em um combate isolado com forças russas e ucranianas, citando autoridades de alto escalão dos EUA e da Ucrânia. O envio de soldados norte-coreanos em confrontos diretos levanta preocupações entre os aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo os Estados Unidos, que estudam uma resposta à crescente colaboração militar entre Moscou e Pyongyang.

Além disso, Zelensky e aliados da Otan analisam o impacto que a reeleição do presidente americano Donald Trump poderá ter sobre o apoio dos EUA à Ucrânia. O presidente ucraniano teme que mudanças na política externa americana diminuam o auxílio no conflito contra a Rússia, após quase três anos de invasão russa.

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Na quinta-feira, o presidente russo Vladimir Putin se pronunciou sobre a recente eleição presidencial dos EUA, afirmando que está aberto ao diálogo com Trump e destacando que as declarações do republicano sobre o término da guerra na Ucrânia “merecem atenção, no mínimo”. “Estamos prontos”, disse Putin ao ser questionado sobre a possibilidade de conversas com Trump, em um discurso no fórum de Sochi, cidade russa às margens do Mar Negro. Putin parabenizou Trump pela vitória e elogiou a “coragem” do republicano após um atentado frustrado contra ele em julho.

Trump, por sua vez, afirmou que resolveria o conflito “em 24 horas” e sugeriu que a Ucrânia poderia ter “cedido um pouco” nas negociações com a Rússia.

Ao longo de sua campanha, Trump e seu vice JD Vance manifestaram ceticismo sobre a continuidade do apoio americano à Ucrânia e insinuaram que os EUA poderiam pressionar Kiev a aceitar um armistício com a Rússia.

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Zelensky reiterou que não considera fazer concessões territoriais para encerrar o conflito.

Rússia amplia ataques sobre a Ucrânia

A eleição de Trump para um segundo mandato ocorre em um momento crítico para a Ucrânia, que enfrenta uma ofensiva russa intensa nas linhas de frente. Segundo o comandante do exército ucraniano, as forças ucranianas enfrentam “uma das mais poderosas ofensivas russas” desde o início da guerra.

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Moscou também intensificou o uso de drones de longo alcance para ataques quase diários em cidades ucranianas. Esses drones, frequentemente desarmados, visam desgastar o sistema de defesa aérea ucraniano, segundo um porta-voz da força aérea da Ucrânia.

Na última segunda-feira (4), Zelensky alertou que Moscou aumentou dez vezes a frequência de ataques com drones Shahed de fabricação iraniana desde o outono passado. Na capital ucraniana, houve apenas uma noite sem ataques de drones desde 1º de setembro.

Zelensky alerta sobre riscos da ampliação do apoio militar norte-coreano à Rússia

Em discurso feito em Budapeste na quinta-feira, Zelensky criticou a falta de atenção de líderes mundiais aos seus pedidos de armamento de longo alcance, alegando que a Ucrânia enfrenta uma “nova onda de escalada” com a participação de tropas de outro país no conflito.

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Para conter a ofensiva surpresa da Ucrânia em Kursk – a primeira incursão terrestre russa por forças estrangeiras desde a Segunda Guerra Mundial –, Putin reforçou seu exército com tropas norte-coreanas, conforme indicaram os governos dos EUA, Coreia do Sul e Ucrânia.

Autoridades americanas alertaram que aproximadamente 10 mil soldados norte-coreanos permanecem na região de Kursk e devem se envolver nos próximos combates contra as forças ucranianas.

Zelensky também expressou receio de que, se não houver mais pressão internacional sobre Putin, o contingente norte-coreano na Rússia possa ser ampliado. “Acreditamos que, se não usarmos armas apropriadas e pressão política sobre a Federação Russa, o próximo passo pode ser muito mais uso do contingente norte-coreano”, afirmou o presidente ucraniano.

Leia também: Ucrânia em alerta: Zelensky sugere aliança militar entre Rússia e Coreia do Norte

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