Os Estados Unidos conduziram uma nova série de ataques contra alvos Houthi no Iêmen, completando uma segunda noite consecutiva de operações, informou um oficial de defesa norte-americano no domingo (10). Apesar de os detalhes exatos sobre os tipos de armas e locais específicos atingidos não serem claros, houve relatos de explosões nas províncias de Amran e Saada, ao norte da capital, Sanaa. Essas áreas já foram alvos de ações militares dos EUA anteriormente.
Alvos estratégicos e impactos regionais dos EUA
No sábado (9), os EUA usaram caças para atacar múltiplas instalações controladas pelos Houthis, apoiados pelo Irã. Entre os alvos, estariam depósitos de armas sofisticadas que o grupo usa para atacar navios de guerra e embarcações comerciais no Mar Vermelho e no Golfo de Áden. O Mar Vermelho, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo e acesso direto ao Canal de Suez, por onde transita entre 10% e 15% do comércio global, vem sofrendo interrupções devido a esses ataques.
Aliados ao Irã, os Houthis, junto com o Hamas e o Hezbollah, mantêm uma posição ofensiva contra Israel e seus aliados desde o início do conflito em Gaza. O grupo declarou que continuará com os ataques até que um cessar-fogo seja firmado no enclave palestino. No Iêmen, o conflito Houthi intensifica a crise humanitária desde 2014, quando os rebeldes tomaram a capital Sanaa e depuseram o governo apoiado pela Arábia Saudita, resultando em grande escassez de alimentos e condições climáticas adversas.
A crise alimentar na nação árabe, onde mais de 34 milhões de pessoas vivem sob condições precárias, foi agravada por enchentes recentes, que afetaram cerca de 4,5 milhões de deslocados internos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados alertou que essas inundações pioraram a situação humanitária no país, gerando uma necessidade urgente de assistência.
Nos últimos 11 meses, os EUA realizaram diversos ataques contra alvos Houthi no Iêmen. Em outubro, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, confirmou que os EUA utilizaram bombardeiros B-2, aeronaves de longo alcance capazes de transportar grandes cargas, para atingir os rebeldes Houthi. A operação foi autorizada pelo presidente Joe Biden, com o objetivo de “deixar claro aos Houthis que haverá consequências para os seus ataques ilegais e imprudentes”.
Segundo a CNN, o aumento das operações militares dos EUA na região está ligado ao conflito entre Israel e o Hamas em Gaza e ao confronto com o Hezbollah no Líbano. Atualmente, a presença militar dos EUA inclui um grupo de ataque com porta-aviões, destróieres com mísseis guiados, uma unidade anfíbia e uma força expedicionária de fuzileiros navais, além de várias aeronaves de combate e ataque.
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