Adélia Barros, de 59 anos, foi condenada por racismo em Portugal. O caso envolveu ofensas racistas dirigidas aos filhos dos atores brasileiros Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, ocorridas em agosto de 2022. A sentença exige que Barros cumpra oito meses de prisão. Ela cumprirá em liberdade, contanto que não cometa o mesmo crime nos próximos quatro anos.
A condenação também incluiu o pagamento de uma multa à organização SOS Racismo e uma indenização às crianças ofendidas. O incidente ocorreu em um bar de uma praia na Costa da Caparica, em Lisboa, onde Barros foi filmada insultando as crianças e outros indivíduos presentes no local, todos de origem africana.
Qual foi a repercussão do episódio de racismo?
O impacto do incidente foi imediato e significativo. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, expressou seu repúdio, afirmando que atos de racismo ou xenofobia são inadmissíveis em uma democracia. A reação pública foi de condenação ao comportamento de Barros, reforçando a importância de enfrentar e punir atos de discriminação.
A presença dos policiais foi requisitada pelos atores brasileiros, que também enfrentaram a agressora antes de sua detenção. Barros foi levada à delegacia, mas acabou sendo liberada logo após, o que gerou debates sobre a eficácia das medidas imediatas adotadas pelas autoridades.
O papel do alcoolismo na defesa de Adélia Barros
Durante o julgamento, a defesa de Barros argumentou que a acusada estava alcoolizada no momento do incidente, o que teria influenciado seu comportamento agressivo. Este argumento tentou reduzir a responsabilidade individual pelos atos cometidos, alegando que ela não tinha controle pleno de suas ações devido ao consumo de álcool.
No entanto, a Justiça não aceitou o argumento como uma desculpa válida para o comportamento racista. Em vez disso, foi decidido que Barros deveria passar por um tratamento para o alcoolismo, como parte da sentença pronunciada.
Justiça
Ewbank e Gagliasso publicaram um texto nesta sexta-feira (15) sobre a decisão de Justiça. “Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal”, escreveram.
“Assim como já dissemos, mas precisamos repetir: sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude”.
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