Em setembro de 2024, os juros do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas atingiram 438,42% ao ano, marcando o maior aumento do ano. Essa taxa representa um avanço de 11,51 pontos percentuais em relação a agosto, quando os juros eram de 426,91% ao ano. Este nível é o mais alto desde dezembro de 2023, quando a taxa chegou a 442,1% ao ano. Os dados foram divulgados pelo Banco Central no relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito.
O aumento contínuo das taxas de juros é um reflexo das condições econômicas atuais, que afetam o poder de compra dos consumidores e, por consequência, a utilização do crédito rotativo. Em um cenário de inflação persistente e incertezas econômicas, os consumidores têm encontrado dificuldades para quitar suas faturas integralmente, o que os leva a recorrer ao crédito rotativo.
Como evoluíram os juros do crédito rotativo ao longo do ano?
Os juros do cartão de crédito rotativo experimentaram variações significativas ao longo de 2024. Começando em janeiro com 419,18% ao ano, as taxas caíram para 412,05% em fevereiro e voltaram a subir em março, atingindo 421,27%. A partir de abril, com 423,44%, houve um aumento quase constante até setembro.
- Janeiro: 419,18% ao ano
- Fevereiro: 412,05% ao ano
- Março: 421,27% ao ano
- Abril: 423,44% ao ano
- Maio: 422,41% ao ano
- Junho: 428,68% ao ano
- Julho: 432,20% ao ano
- Agosto: 426,91% ao ano
- Setembro: 438,42% ao ano
Quais foram as mudanças para empresas?
Em contraste, para as empresas, os juros do crédito rotativo reduziram significativamente. Em setembro, a taxa caiu para 134,12%, uma redução de 28,96 pontos percentuais em comparação com 163,08% registrados em agosto. Essa queda se destaca em meio ao ambiente inflacionário, sugerindo medidas de proteção ou adequação das empresas ao cenário de crédito mais caro.
Impacto das mudanças regulamentares
Em resposta a essas flutuações, o Conselho Monetário Nacional (CMN), ainda em janeiro de 2024, limitou o valor total da dívida de clientes no cartão de crédito rotativo a 100% da dívida original. Esse mecanismo foi introduzido como uma medida para proteger os consumidores do crescimento descontrolado da dívida, atuando quando o cliente não efetua o pagamento total da fatura.
O que esperar do futuro?
À medida que o ano de 2024 se desenrola, questões como a inflação, políticas monetárias e o comportamento global do mercado financeiro continuarão a influenciar a trajetória das taxas de juros dos cartões de crédito. Especialistas alertam para a necessidade de uma gestão financeira rigorosa por parte dos consumidores, evitando o acúmulo de dívidas que possam comprometer ainda mais o orçamento familiar.
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