Um incidente envolvendo estudantes de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Universidade de São Paulo (USP) trouxe à tona a discussão sobre racismo e discriminação presentes no ambiente universitário. Durante os Jogos Jurídicos Estaduais, na cidade de Americana, estudantes da PUC-SP foram flagrados fazendo comentários racistas contra colegiados da USP.
Os vídeos que registraram as ofensas rapidamente se tornaram virais nas redes sociais, resultando na demissão de dois envolvidos de seus estágios em escritórios de advocacia renomados. É o caso de Tatiane Joseph Khoury, de 20 anos, que trabalhava no escritório Pinheiro Neto, e Arthur Martins Henry, até então membro do escritório Castro Barros Advogados.
O escritório Machado Meyer, onde outra estudante da PUC identificada no vídeo é estagiária, informou, em nota, que “fará as apurações necessárias e avaliará as medidas a serem tomadas.”
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No vídeo, que viralizou, é possível ver integrantes da torcida da PUC-SP chamando os alunos da USP de “cotistas” e “pobres” de forma ofensiva.
Como a sociedade e os meios acadêmicos da PUC e da USP reagiram ao ocorrido?
A repercussão do caso não se limitou aos escritórios de advocacia. Nas redes sociais, entidades como o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, expressaram publicamente sua indignação e condenação das ofensas proferidas. Em nota, a entidade escreveu que repudia “com espanto, indignação e revolta com o episódio criminoso de ofensas racistas e aporofóbicas proferidas por alunos da Faculdade de Direito da PUC-SP contra franciscanos.”
Além disso, a polícia civil também foi acionada para analisar imagens do evento, buscando possíveis providências legais contra os agressores. Em nota, a SSP afirmou estar analisando as imagens para tomar possíveis providências. “A Polícia Civil informa que, até o momento, não localizou registro da ocorrência. A autoridade policial, ciente dos fatos, analisa as imagens para identificar os envolvidos e está à disposição para o registro da ocorrência, bem como para apurar qualquer informação que possa ajudar nas investigações”.
Já a PUC-SP publicou uma nota de repúdio a respeito do ocorrido. “Manifestações discriminatórias são vedadas pelo Estatuto e pelo Regimento da Universidade, além de serem inadmissíveis e incompatíveis com os princípios e valores de nossa Instituição. A Reitoria determinou à Faculdade de Direito a apuração dos fatos, com o rigor necessário, a partir das normas universitárias e legais, promovendo a responsabilização e conscientização dos envolvidos”.
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