Recentemente, a formação de um ciclone extratropical próximo à costa da Bahia chamou a atenção dos meteorologistas. Apesar de ocorrer em latitudes tradicionalmente invulgares para tal fenômeno, este ciclone não apresenta riscos de se transformar em um furacão.
A previsão aponta para a formação do ciclone devido à chegada de uma frente fria pelo oceano, que causará mudanças climáticas significativas neste sábado. Este evento proporciona condições para uma ciclogênese em latitudes mais próximas do Equador.
Como se forma um ciclone extratropical?
Os ciclones extratropicais dependem de dois fatores principais para sua formação: uma variação de temperatura próxima à superfície e uma perturbação de vento em altos níveis chamada cavado. No caso da Bahia, ambos estarão presentes, criando um cenário propício para a ciclogênese.
O cavado será particularmente prolongado em direção ao norte, permitindo movimentos ascendentes de ar perto da costa entre o Espírito Santo e a Bahia. No nível da superfície, a fronteira fria induzirá um forte gradiente horizontal de temperatura, essencial para o processo.
Quais são as implicações do ciclone para a região?
Embora o ciclone se forme no oceano, os impactos no continente não devem ser significativos. Prevê-se algumas rajadas de vento na Bahia, especificamente no sábado à noite, podendo alcançar 70 km/h.
Um dos efeitos principais será a organização de chuvas moderadas a fracas, previstas para áreas como o sul da Bahia e o norte de Minas Gerais. Em Salvador, o tempo ficará instável, possibilitando tempestades e acumulações de cerca de 20 mm de chuva no domingo.
Pode este ciclone se tornar subtropical ou tropical?
As condições atuais sugerem que o ciclone na costa da Bahia será do tipo extratropical. A análise térmica indica a presença de um sistema com núcleo frio, típico de ciclones extratropicais. No entanto, há uma remota possibilidade de que desenvolva características subtropicais durante sua evolução.
Apesar de algumas semelhanças com eventos passados, como a tempestade tropical “Iba“, as chances de evolução para um sistema tropical são praticamente inexistentes. O “Cyclone Phase Space” (CPS) continuará sendo uma ferramenta essencial para monitorar a evolução das características térmicas deste ciclone.
O que esperar do ciclone no oceano?
É sobre o oceano que o sistema atingirá seus impactos mais expressivos. Embora considerado um sistema fraco, com pressão não inferior a 1000 hPa, estão previstas rajadas de vento de até 100 km/h e chuvas significativas a cerca de 70 mm.
Espera-se que as condições no mar se intensifiquem, com ondas de até 3 metros atingindo a costa sul da Bahia entre sábado e domingo. Este padrão meteorológico, embora raro, destaca a importância de estar atualizado sobre as previsões e avisos meteorológicos para a região.
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