A divulgação do relatório da Polícia Federal (PF), que detalha o plano de golpe de Estado no Brasil, movimentou a cobertura da imprensa internacional nesta quarta-feira (27). O documento destaca o envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria tido participação ativa na conspiração, segundo as investigações.
A gravidade das conclusões chamou a atenção de veículos de peso. O britânico The Guardian classificou o relatório como um “retrato assustador” da proximidade do Brasil com um retorno ao autoritarismo. “O Brasil esteve perto de um golpe militar da extrema direita e do assassinato de um juiz do Supremo Tribunal Federal poucos dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o poder em janeiro de 2023”, escreveu o jornal.
Imprensa mundial repercute relatório
O argentino Clarín destacou que, de acordo com a PF, o plano golpista começou a ser elaborado três anos antes das eleições de 2022 e só não se concretizou porque os comandantes do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) “não cederam às pressões”. Já o espanhol El País trouxe em sua capa a afirmação da PF de que há provas inequívocas da participação de Bolsonaro.
“O objetivo da trama golpista era, segundo a polícia, impedir que o esquerdista assumisse um terceiro mandato e que Bolsonaro se mantivesse no poder apesar da sua derrota nas urnas”, escreveu o jornal.
A agência de notícias Reuters também deu destaque às conclusões do relatório, descrevendo-o como resultado de uma investigação robusta de quase dois anos, que reuniu provas a partir de buscas, grampos telefônicos, registros financeiros e delações premiadas.
Nos Estados Unidos, o The Washington Post publicou uma análise reproduzida da Associated Press, destacando os depoimentos que apontam para Bolsonaro como “um dos principais líderes da conspiração, e não um mero observador”.
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