Utqiagvik, a cidade mais ao norte dos Estados Unidos, atravessa um fenômeno sazonal conhecido como “noite polar”. Localizada no extremo noroeste do Alasca, essa cidade incide em uma duração sem luz solar que se estende por mais de dois meses. O fenômeno começa em novembro e só termina em janeiro do ano seguinte, oferecendo uma visão única do céu com tons que variam entre azul e violeta. O último pôr do sol para o período atual ocorreu no dia 18 de novembro.
Durante este tempo, Utqiagvik vivencia temperaturas extremamente baixas, devido à ausência de luz solar. A cidade, que antes era chamada de Barrow, e possui uma população de cerca de 5 mil habitantes, está situada na latitude de 71,17 graus norte, mais de 500 quilômetros ao norte do Círculo Polar Ártico. Tal posição geográfica propicia a ocorrência do fenômeno da noite polar.
Como funciona o fenômeno da noite polar?
A noite polar é resultado da inclinação do eixo da Terra, um fenômeno que ocorre nas regiões situadas além do Círculo Polar Ártico. Durante alguns meses no inverno, essas regiões não recebem luz solar direta, pois o sol não ultrapassa a linha do horizonte. Conforme a localização da cidade em relação aos polos, o período de escuridão pode durar dias, semanas ou até meses.
Em Utqiagvik, o período sem sol dura aproximadamente dois meses. Com o passar dos dias, a duração da luz solar aumenta gradativamente até atingir o verão, quando a situação se inverte e o sol não se põe por um período prolongado, cenário conhecido como o “sol da meia-noite”.
Que efeitos a noite polar traz aos moradores?
A ausência de luz solar em Utqiagvik impacta não apenas a temperatura, como também o cotidiano dos habitantes. As temperaturas frequentemente caem para níveis negativos e o frio intenso é uma constante. Esse fenômeno está diretamente ligado ao desenvolvimento do vórtice polar estratosférico, uma massa de ar frio que circula o polo Norte e influencia o clima não só em Utqiagvik, mas em várias partes do hemisfério norte.
Os moradores precisam se adaptar às condições extremas, utilizando vestimentas adequadas para o frio severo e ajustando suas atividades para um ambiente sem a presença do sol. Além disso, o impacto psicológico da falta de luz solar é um desafio constante, exigindo estratégias de convivência e apoio comunitário.
O que esperar quando o sol retorna?
O retorno do sol a Utqiagvik está previsto para 22 de janeiro de 2025. Nesse dia, o sol deverá nascer por volta das 13h15, no entanto, ele não ficará visível por muito tempo, desaparecendo após aproximadamente 48 minutos. Com o passar de cada dia, a permanência da luz solar aumenta lentamente, oferecendo gradualmente mais tempo de claridade até a chegada do verão.
Essa transição de volta à luz solar é marcada por uma série de festividades culturais e atividades comunitárias, sinalizando um recomeço para a população após o longo período de escuridão. Além disso, o retorno do sol possui implicações significativas para o clima local, já que ajuda a dispersar o vórtice polar estratosférico e promove uma gradual elevação das temperaturas.
Quais as implicações da noite polar em outros locais?
Utqiagvik não é o único lugar a experimentar o fenômeno da noite polar. Outras regiões situadas dentro do Círculo Polar Ártico também enfrentam períodos de escuridão ou luz contínua. A variação no horário de luz solar tem implicações climáticas e ecológicas, influenciando desde o comportamento animal até os padrões climáticos globais.
No próprio polo norte, ocorre apenas um nascer e pôr-do-sol por ano: nasce no equinócio da primavera e se põe no equinócio do outono, proporcionando luz diurna de março a setembro. Os meses restantes são noites contínuas, um contraste dramático que define algumas das regiões mais inóspitas e intrigantes do planeta.
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