Procedimentos realizados pelo médico Josias Caetano dos Santos estão no centro de denúncias por negligência médica, mutilações e até mortes. Entre as vítimas, mulheres relatam complicações graves e situações que poderiam ter sido fatais.
Como uma cirurgia estética pode se transformar em um risco de vida?
A cuidadora Patrícia de Siqueira Oliveira buscou melhorar sua aparência, mas acabou vivendo um drama após realizar uma cirurgia com Josias. Indicada por uma conhecida, Patrícia foi atraída pelo preço acessível e pela possibilidade de parcelamento. O que parecia um bom negócio, porém, rapidamente virou um pesadelo.
“Fiz a cirurgia, correu tudo bem, daí depois disso, no pós operatório com 15 dias a minha barriga abriu e ficou um buraco”, conta à CNN. Segundo ela, o médico minimizou a gravidade do problema, afirmando que a ferida fecharia em 60 dias. No entanto, a situação se agravou. “Cabia duas mãos dentro da minha barriga, tava tudo necrosado”, relata.
Patrícia só percebeu o risco de morte porque uma profissional de drenagem linfática identificou a gravidade do caso e alertou a paciente. “Se não fosse ela, eu teria ido a óbito também que nem a Paloma”, afirma. A empresária Paloma Alves morreu na última terça-feira (26), após uma hidrolipo realizada na mesma clínica.
Além da dor física, os custos inesperados pesaram no orçamento de Patrícia. “Não adiantou pagar barato, saiu caro porque eu tive que gastar muito mais, eu fui atrás da beleza e acabei sendo mutilada”, desabafa.
Outras denúncias contra o médico
O drama de Patrícia não é isolado. Sonia Maria Costa também denuncia o médico, após perder os dois mamilos em uma cirurgia de redução de mamas realizada em 2020. “Minha experiência foi péssima”, declara. Apesar de aparentar ser atencioso, Sonia relata à CNN que Josias limitava o pós-operatório a pomadas e antibióticos, sem acompanhamento adequado.
A fisioterapeuta Deise Faria pagou R$ 20 mil por duas cirurgias para melhorar sua autoestima. No entanto, terminou com uma barriga necrosada. Ela é uma das 22 pacientes que movem processos contra Josias Caetano por negligência, mutilações e outros danos.
De acordo com o advogado José Beraldo, que representa as vítimas, muitas pacientes buscam justiça. “Mulheres que foram procurar beleza e encontraram o horror, a verdade é essa”, diz José à CNN.
Médico já foi condenado por erro
O histórico de Josias inclui uma condenação de 2013 por danos morais. Ele foi obrigado a pagar R$ 20 mil a uma paciente que sofreu complicações após implante de silicone realizado em 2007.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que investiga os casos em sigilo, conforme prevê a lei.
A morte de Paloma
A empresária Paloma Alves, de 31 anos, faleceu após uma hidrolipo na clínica Maná Day, na zona leste de São Paulo. Ela teve uma parada cardiorrespiratória irreversível durante o procedimento. O boletim médico indica embolia pulmonar como causa provável da morte.
Em entrevista à CNN, Josias afirma estar com a “consciência tranquila” e espera que o caso seja “elucidado”. Enquanto isso, outras vítimas buscam respostas e alertam sobre os riscos de economizar na escolha de procedimentos estéticos.
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