ENTENDA

‘Cheia de hormônios’: alegações da França contra carne do Mercosul são rebatidas por especialistas

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Gado – Créditos: depositphotos.com / casadaphoto

As recentes declarações de parlamentares franceses sobre a carne do Mercosul despertaram preocupações e reações variadas. Acusações de que o gado sul-americano é criado sob práticas inadequadas suscitaram uma série de debates na esfera internacional. Tais observações, centradas principalmente na questão dos hormônios de crescimento, antibióticos e soja transgênica, trouxeram à tona uma complexa rede de normativas e práticas que norteiam a pecuária no Brasil e outros países do Mercosul.

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As críticas também causaram descontentamento entre produtores e consumidores, desencadeando uma resposta firme das associações agrícolas brasileiras. Com a comunicação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, alegações infundadas sobre a segurança e os métodos de produção da carne brasileira foram desmentidas, sublinhando a adesão às rígidas normas de controle de qualidade.

A produção de carne no Brasil é segura?

Os representantes da pecuária brasileira reforçam que o uso de hormônios de crescimento em bovinos é proibido. As normativas vigentes autorizam apenas o uso terapêutico de hormônios, ou para fins de reprodução, em condições estritamente controladas. Essas práticas são monitoradas pelo Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, garantindo que a carne destinada ao consumo esteja conforme os padrões estabelecidos.

Além disso, o recurso a antibióticos é controlado. Seu uso está condicionado à prescrição veterinária e deve seguir as diretrizes internacionais do Codex Alimentarius. Esse protocolo, reconhecido mundialmente, promove práticas seguras e padrões de alimentos que visam proteger a saúde humana e garantir práticas equitativas no comércio de alimentos.

Antibióticos na pecuária: um uso controlado?

A legislação brasileira estipula que antibióticos sejam utilizados somente com receita médica para tratar enfermidades nos animais. Porém, o uso profilático e a prevenção também são regulamentados para evitar a proliferação indiscriminada de doenças que poderiam afetar grandes rebanhos. Contudo, a preocupação com as superbactérias impulsionou o país a integrar-se no Plano de Ação Global contra a resistência antimicrobiana.

Nesse contexto, é importante destacar que os aditivos alimentares, apesar de ocasionalmente se encaixarem na categoria de antibióticos, são projetados para estimular a digestão nos animais. Esses aditivos, em muitos casos, podem promover a redução de emissões de gases do efeito estufa, demonstrando um esforço contínuo para equilibrar eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental.

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A soja transgênica na nutrição animal é prejudicial?

Apesar das críticas internacionais, a soja transgênica é amplamente utilizada na alimentação animal, não só no Brasil, mas globalmente. O farelo de soja transgênica, essencial na produção de ração, é exportado para a União Europeia e outras regiões, indicando uma aceitação geral desses produtos no mercado internacional. Pesquisas não identificam riscos associados ao consumo de carne oriunda de animais alimentados com soja transgênica, tornando os argumentos contrários relativamente especulativos.

Além disso, a introdução dessa tecnologia tem permitido uma redução significativa no uso de agrotóxicos, graças à resistência ampliada das culturas transgênicas a pragas e doenças. Essa prática não só melhora a eficiência da produção agrícola, como também minimiza impactos ambientais associados ao uso de produtos químicos.

Como o Brasil responde às críticas internacionais?

Em resposta às críticas, o Brasil manteve uma postura focada em transparência e empenho em comunicar as práticas adotadas na produção pecuária. O governo brasileiro encara tais discussões como uma oportunidade para reforçar parcerias comerciais baseadas em confiança e normas equitativas, assegurando que os produtos exportados possam competir justa e eficazmente no mercado global.

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Assim, gestores e profissionais do setor agropecuário continuam a trabalhar para dissipar desinformações e destacar a qualidade e a segurança dos produtos brasileiros. A diplomacia agrícola se esforça em buscar um equilíbrio entre proteger os interesses nacionais e colaborar para suprir as demandas do mercado internacional.

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