ataques aéreos

Bombardeios russos e sírios matam ao menos 25 civis em área rebelde na Síria

Ao menos 25 pessoas morreram em bombardeios de ataques aéreos no noroeste da Síria, realizados pelo governo sírio e sua aliada Rússia.
Uma visão de um veículo danificado enquanto a facção Khan Al Asal, um grupo de oposição ao presidente Assad, lançou um ataque em larga escala pela primeira vez em quatro anos em 29 de novembro de 2024 em Aleppo, Síria – Crédito: Getty Images

Ao menos 25 pessoas morreram em bombardeios de ataques aéreos no noroeste da Síria, realizados pelo governo sírio e sua aliada Rússia, informou nesta segunda-feira (2) o grupo de resgate conhecido como Capacetes Brancos, que opera em áreas controladas por rebeldes. As ofensivas, que começaram no domingo (1), atingiram a cidade de Idlib e outras localidades próximas.

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Qual o impacto dos bombardeios sobre a população civil?

Os bombardeios causaram destruição em áreas residenciais, segundo moradores e equipes de resgate. Em Idlib, cidade que abriga cerca de 4 milhões de pessoas, sete civis foram mortos e dezenas ficaram feridos. A organização Capacetes Brancos revelou que dez crianças estão entre os mortos nos ataques mais recentes, elevando o número total de vítimas de bombardeios sírios e russos para 56 desde 27 de novembro.

De acordo com o exército sírio, os ataques miraram esconderijos de insurgentes, mas os rebeldes alegam que civis foram os mais afetados. A crise humanitária continua a se agravar, com milhares de pessoas fugindo para regiões próximas à fronteira turca.

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Rebeldes avançam em Idlib e Aleppo

Nos últimos dias, insurgentes ampliaram seus ganhos territoriais, retomando o controle de toda a província de Idlib e lançando uma ofensiva contra Aleppo. Rebeldes armados e o grupo Hayat Tahrir al-Sham, classificado como terrorista por vários países, lideram a coalizão que desafiou o governo de Bashar al-Assad.

No domingo (1), as ruas de Aleppo estavam desertas, e muitos moradores relataram medo e surpresa com a retirada das tropas governamentais. Segundo testemunhas, combatentes rebeldes já ocupam posições estratégicas na cidade, enquanto o exército sírio se reorganiza para um contra-ataque.

Crise humanitária e posicionamento internacional

O agravamento do conflito motivou uma declaração conjunta de Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, pedindo a “proteção dos civis e da infraestrutura” para evitar mais deslocamentos. A guerra civil, que já dura mais de uma década, deixou centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.

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O comandante das Forças Democráticas Sírias, Mazloum Abdi, relatou novos enfrentamentos com grupos armados apoiados pela Turquia, dificultando o estabelecimento de um corredor humanitário para proteger civis curdos. A Turquia, por sua vez, reiterou que não permitirá ações de grupos que considera terroristas, como o YPG.

Enquanto isso, o presidente Assad mantém o tom desafiador. “Terroristas só conhecem a linguagem da força, e é com essa linguagem que os esmagaremos”, afirmou em declaração publicada pela mídia estatal.

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