Ao menos 25 pessoas morreram em bombardeios de ataques aéreos no noroeste da Síria, realizados pelo governo sírio e sua aliada Rússia, informou nesta segunda-feira (2) o grupo de resgate conhecido como Capacetes Brancos, que opera em áreas controladas por rebeldes. As ofensivas, que começaram no domingo (1), atingiram a cidade de Idlib e outras localidades próximas.
Qual o impacto dos bombardeios sobre a população civil?
Os bombardeios causaram destruição em áreas residenciais, segundo moradores e equipes de resgate. Em Idlib, cidade que abriga cerca de 4 milhões de pessoas, sete civis foram mortos e dezenas ficaram feridos. A organização Capacetes Brancos revelou que dez crianças estão entre os mortos nos ataques mais recentes, elevando o número total de vítimas de bombardeios sírios e russos para 56 desde 27 de novembro.
De acordo com o exército sírio, os ataques miraram esconderijos de insurgentes, mas os rebeldes alegam que civis foram os mais afetados. A crise humanitária continua a se agravar, com milhares de pessoas fugindo para regiões próximas à fronteira turca.
Statistics on the victims of attacks by the Syrian regime, Russia, and their allies in northwestern #Syria from the start of the escalation on November 27 through Sunday, December 1.#WhiteHelmets pic.twitter.com/ogMdKeIHTv
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) December 1, 2024
Rebeldes avançam em Idlib e Aleppo
Nos últimos dias, insurgentes ampliaram seus ganhos territoriais, retomando o controle de toda a província de Idlib e lançando uma ofensiva contra Aleppo. Rebeldes armados e o grupo Hayat Tahrir al-Sham, classificado como terrorista por vários países, lideram a coalizão que desafiou o governo de Bashar al-Assad.
No domingo (1), as ruas de Aleppo estavam desertas, e muitos moradores relataram medo e surpresa com a retirada das tropas governamentais. Segundo testemunhas, combatentes rebeldes já ocupam posições estratégicas na cidade, enquanto o exército sírio se reorganiza para um contra-ataque.
Crise humanitária e posicionamento internacional
O agravamento do conflito motivou uma declaração conjunta de Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, pedindo a “proteção dos civis e da infraestrutura” para evitar mais deslocamentos. A guerra civil, que já dura mais de uma década, deixou centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.
O comandante das Forças Democráticas Sírias, Mazloum Abdi, relatou novos enfrentamentos com grupos armados apoiados pela Turquia, dificultando o estabelecimento de um corredor humanitário para proteger civis curdos. A Turquia, por sua vez, reiterou que não permitirá ações de grupos que considera terroristas, como o YPG.
Enquanto isso, o presidente Assad mantém o tom desafiador. “Terroristas só conhecem a linguagem da força, e é com essa linguagem que os esmagaremos”, afirmou em declaração publicada pela mídia estatal.
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