O Tribunal Constitucional da Romênia anulou, nesta sexta-feira (6), o primeiro turno das eleições presidenciais de 2024, no qual o candidato de ultradireita Calin Georgescu obteve uma vitória apertada. A medida foi tomada em meio a alegações de interferência russa, o que trouxe preocupações em relação à integridade do processo eleitoral.
A decisão, em caráter inédito, teve como base o Artigo 146 da Constituição, que visa assegurar a legalidade e a justiça das eleições. Com essa anulação, o segundo turno, que estava previsto para acontecer neste domingo (8) colocaria frente a frente Georgescu e sua rival centrista Elena Lasconi, não ocorrerá mais conforme o planejado.
Por que o Tribunal anulou o primeiro turno na Romênia?
O tribunal considerou necessária a anulação devido às suspeitas de interferência externa, particularmente envolvendo a Rússia. Documentos do principal conselho de segurança revelaram evidências de “ataques russos híbridos agressivos”, sugerindo que forças externas poderiam ter influenciado o resultado eleitoral.
Além disso, há acusações de que a popularidade de Georgescu foi impulsionada artificialmente no TikTok por meio de algoritmos e campanhas pagas, desestabilizando o equilíbrio eleitoral.
Essas suspeitas levantaram questões sobre a autenticidade da vitória de Georgescu, que inicialmente tinha um apoio relativamente reduzido, mas conseguiu 22,9% dos votos no primeiro turno em comparação com 19,2% de Lasconi. O tribunal viu esses fatores como suficientes para comprometer seriamente a eleição, justificando assim a anulação do resultado.
Interferência russa nas eleições
A interferência da Rússia em processos eleitorais não é um fenômeno novo, mas a complexidade e a eficiência desses ataques aumentam a cada ano. No caso romeno, os relatórios destacaram ataques cibernéticos e manipulação de mídias sociais, que são componentes típicos das chamadas “guerras híbridas”. Tais estratégias não apenas minam a fé no processo democrático de uma nação, mas também testam a resiliência das infraestruturas eleitorais.
- Manipulação de redes sociais: utilização de plataformas como TikTok para alterar percepções e influenciar resultados;
- Cyberataques: Afetam diretamente a infraestrutura eleitoral, comprometendo dados e sistemas de comunicação;
- Campanhas de desinformação: Espalham rumores e notícias falsas para criar desconfiança no processo democrático.
Como a Romênia planeja garantir eleições justas?
Em resposta a esses desafios, a Romênia precisa reforçar suas medidas de segurança cibernética e adotar práticas que garantam a integridade dos processos eleitorais futuros. Isso inclui a atualização dos sistemas de votação, treinamentos específicos para lidar com ameaças cibernéticas e campanhas de conscientização pública sobre desinformação.
Além disso, cooperação internacional poderia ser vital para a Romênia, ajudando a desenvolver práticas e compartilhar informações que mitiguem tais ameaças. A criação de organismos não partidários para monitoramento independente também pode fornecer uma camada adicional de segurança e confiança para a população.
🚩Statul român a eșuat să apere democrația! pic.twitter.com/lkMVBHDq0s
— Elena Lasconi (@ElenaLasconi) December 6, 2024
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