Registro, uma cidade no estado de São Paulo, é um marco significativo da colonização japonesa no Brasil. Inicialmente atraídos pela agricultura, os primeiros imigrantes japoneses escolheram essa região para investir na produção agrícola, transformando-a na “capital do chá”. As tradições culturais introduzidas na década de 1930 ainda são preservadas na cidade, que continua a desempenhar um papel crucial na produção de chá, abastecendo mais de 90% do mercado nacional.
A família Shimada se destaca como um exemplo notável de dedicação à cultura do chá na região. Esta família de imigrantes japoneses trouxe consigo um profundo carinho pela planta Camellia sinensis, mais conhecida como chá ou chá-da-índia. A história de Elisabete Ume Shimada e sua família ressoa como um testemunho da perseverança e amor transmitido de geração em geração, desde o início do século XX.
Como Registro se Tornou a Capital do Chá no Brasil?
O boom do cultivo do chá em Registro ocorreu na década de 1930, quando a região chegou a abrigar 5 mil hectares dedicados à planta e cerca de 600 produtores ativos. Na época, a cidade viu o surgimento de diversas indústrias de chá. No entanto, a competição com mercados internacionais impôs desafios significativos, levando muitos produtores a abandonarem a atividade. Apesar disso, a família Shimada manteve-se fiel ao cultivo, ajudando a manter viva essa tradição histórica.
A Transição das Famílias Produtoras de Chá
Nas décadas que seguiram, especialmente com a crise dos anos 1990, o cenário para os produtores de chá em Registro mudou drasticamente. A cidade, que já abrigou mais de quarenta fabricantes, viu muitas de suas fábricas fecharem. Tereza Eiko Shimada, filha de Ume Shimada, compartilha como sua família conseguiu superar esses tempos difíceis. Hoje, o Sítio Shimada ainda prospera, oferecendo chá orgânico artesanalmente produzido, que é um legado de sua herança japonesa.
Quais São os Tipos de Chá Produzidos e Seus Benefícios?
No Sítio Shimada, diferentes tipos de chá são cultivados e fabricados, incluindo chá-verde, chá-preto e chá-branco. Cada variedade oferece suas particularidades em sabor e benefícios. A planta Camellia sinensis é rica em antioxidantes, como catequinas e polifenóis, que ajudam na prevenção de doenças cardiovasculares e fortalecem o sistema imunológico. Além disso, suas propriedades anti-inflamatórias e digestivas são amplamente reconhecidas.
A Herança Cultural e a Produção Sustentável
O cultivo no Sítio Shimada mantém-se fiel aos métodos tradicionais, optando por uma produção sustentável e artesanal. Com cerca de 9 mil pés de chá distribuídos em cinco hectares, a colheita é feita manualmente, o que preserva a qualidade do produto final. Essa dedicação à produção orgânica não apenas honra a cultura japonesa, mas também contribui para a sustentabilidade e inovação no campo agrícola de Registro, garantindo que a cidade continue sendo um importante polo produtor de chá no Brasil.
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