Novembro de 2024 foi um mês marcado por condições climáticas extremas em várias regiões do Brasil. As precipitações intensas, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, superaram a média histórica, enquanto o calor extremo foi uma característica dominante no Nordeste. As informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revelam um panorama diversificado das condições atmosféricas no país durante esse período.
A atuação de fenômenos meteorológicos, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), desempenhou um papel crucial no aumento dos acumulados de chuva. Algumas localidades do Amazonas e Centro-Oeste registraram volumes que ultrapassaram 250 mm. No entanto, o cenário não foi homogêneo, com variações significativas conforme as regiões.
Onde a chuva se concentraram?
O Centro-Oeste e o Sudeste registraram os maiores volumes de precipitação em novembro. A conjugação de instabilidades atmosféricas e a ZCAS contribuíram para chuvas expressivas, especialmente em Santa Catarina e Paraná, na Região Sul. Em contrapartida, determinadas áreas do Norte, como o Acre e o sudeste do Amazonas, também apresentaram acumulados significativos.
Enquanto isso, o Nordeste experimentou uma relativa escassez de chuvas, especialmente em suas zonas norte e nordeste. Tocantins, no entanto, destacou-se no Norte com altos índices de precipitação devido às condições atmosféricas favoráveis durante o mês.
Como o calor impactou o nordeste?
O calor intenso foi uma constante no Nordeste durante novembro de 2024, com várias localidades registrando temperaturas extremas. A capital de Roraima, Boa Vista, atingiu espantosos 42,1°C, tornando-se uma das mais quentes do mês. Esta intensidade de calor não foi isolada; Piripiri no Piauí e outras cidades do Ceará e Rio Grande do Norte também registraram temperaturas próximas de 40°C.
Quando comparadas ao histórico de anos anteriores, essas temperaturas foram ligeiramente superiores. A localização de Zé Doca no Maranhão, por exemplo, registrou um aumento considerável em relação ao recorde anterior, evidenciando uma tendência de aumento das temperaturas máximas na região.
Qual foi a situação no sul e norte do Brasil?
No Sul do Brasil, a combinação de sistemas frontais e áreas de instabilidade resultou em chuvas volumosas. Esse padrão foi particularmente observado em Santa Catarina e Paraná, onde as condições meteorológicas favoreceram o aumento das precipitações. Enquanto isso, no Norte, áreas como o sul do Pará e o Sudeste do Amazonas registraram volumes pluviométricos significativos.
Apesar de novembro ser tipicamente chuvoso nessas regiões, o verdadeiro destaque foi a intensidade e frequência dos eventos de precipitação, sugerindo alterações consideráveis nos padrões climáticos habituais.
Quais as implicações futuras para o clima brasileiro?
Com o aumento nos extremos climáticos percebidos em novembro de 2024, surge a preocupação sobre as implicações futuras para o Brasil. Os padrões de precipitação e temperatura parecem estar se modificando, o que pode ter impactos consideráveis nas atividades agrícolas e nos recursos hídricos do país. Monitorar essas mudanças, como faz o Inmet, é vital para adaptar estratégias de mitigação e adaptação eficazes diante das mudanças climáticas globais.
De maneira geral, a análise dos eventos extremos de 2024 sublinha a importância do fortalecimento das redes de monitoramento climático e da interação contínua com a comunidade científica para entender e responder às complexidades climáticas do futuro.
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