A crise política na Coreia do Sul ganhou novos contornos nesta quarta-feira (11) com uma ação inesperada: a polícia realizou uma busca no escritório do presidente Yoon Suk Yeol. A medida é parte de uma investigação sobre a controversa tentativa de Yoon de impor Lei Marcial no último dia 3, gerando turbulência na quarta maior economia da Ásia.
Um oficial do serviço de segurança presidencial confirmou a operação à agência Reuters, mas a polícia ainda não divulgou detalhes. O mandado, segundo a agência Yonhap, coloca Yoon no centro da investigação, que agora envolve não apenas policiais, mas também oficiais militares de alto escalão.
Quem está no comando da Coreia do Sul após a decisão de Yoon?
A situação se complicou quando Yoon declarou Lei Marcial, alegando necessidade de controlar uma crise política. No entanto, a decisão foi amplamente criticada por partidos de oposição e até por integrantes do próprio partido governista, o Partido do Poder Popular (PPP).
Após o anúncio, parlamentares romperam um bloqueio policial ao redor do parlamento e votaram para revogar a medida, que foi anulada poucas horas depois. Desde então, Yoon tem evitado aparições públicas, com exceção de um pedido de desculpas transmitido ao vivo no sábado (9).
Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiu as funções administrativas. Segundo o líder do PPP, Han Dong-hoon, o partido busca um caminho ordenado para uma possível renúncia do presidente.
Escalada da investigação
A investigação ganhou força com a prisão do comissário da Polícia Nacional, Cho Ji-ho, acusado de insurreição. Cho teria ordenado que policiais impedissem parlamentares de acessar o congresso no dia da declaração de Lei Marcial. Outros nomes importantes, como Kwak Jong-geun, comandante do Comando de Guerra Especial do Exército, também estão sob escrutínio. Kwak revelou ao parlamento que recebeu ordens diretas de Yoon para “arrombar a porta” do parlamento e “arrastar” legisladores.
A polêmica já levou a um pedido de impeachment, que deve ser votado novamente no sábado (14). Parte do PPP sinalizou apoio à moção, após boicotar a votação anterior.
En #CoréeDuSud 🇰🇷, après la tentative du président Yoon Suk Yeol d’imposer la loi martiale, le principal parti d’opposition entend déposer une deuxième motion de destitution contre lui.
Ce mercredi, la police a mené des perquisitions au bureau présidentiel ⤵️ pic.twitter.com/ERWAG3HTYS
— FRANCE 24 Français (@France24_fr) December 11, 2024
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