A Ucrânia realizou um ataque coordenado contra o território russo nesta quinta-feira (19), utilizando pelo menos 13 mísseis e 84 drones. A ofensiva resultou em um incêndio significativo na refinaria de petróleo de Novoshakhtinsk, localizada na região de Rostov, sul da Rússia. O fogo, que consumiu parte da instalação por horas, já foi controlado, segundo autoridades locais.
A refinaria em Novoshakhtinsk, na Rússia, está em chamas, após ataques de drones.
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O governador interino de Rostov, Yuri Slyusar, afirmou que a refinaria, alvo frequente das forças ucranianas, sofreu danos consideráveis. Durante o ataque, pelo menos uma pessoa ficou ferida. De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, as defesas aéreas abateram a maior parte dos drones, incluindo 36 que sobrevoavam Rostov.
Os tipos de mísseis utilizados pela Ucrânia não foram confirmados imediatamente, mas Kiev tem recorrido a armamentos fornecidos por aliados ocidentais, como os mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos. Este mês, um ataque ucraniano com ATACMS a um aeródromo militar russo desencadeou uma série de represálias, incluindo bombardeios à infraestrutura energética da Ucrânia.
Como a Ucrânia e a Rússia escalam o conflito com novas armas?
Após os recentes ataques ucranianos, o presidente russo Vladimir Putin intensificou o uso de armamentos avançados, lançando o míssil hipersônico “Oreshnik” contra alvos ucranianos no final de novembro. Este projétil é capaz de transportar ogivas convencionais ou nucleares, elevando as preocupações internacionais sobre o potencial de escalada nuclear no conflito.
Enquanto isso, o chefe do Centro Oficial Contra a Desinformação da Ucrânia, Andriy Kovalenko, declarou no Telegram que parte da ofensiva de Kiev foi direcionada a instalações militares estratégicas, incluindo a planta química Kamensky, especializada na produção de componentes de combustível sólido para foguetes.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, o cenário tem se deteriorado, com milhares de mortos e intensificação de ataques em ambos os lados. A Rússia, que iniciou a invasão avançando por três frentes – a fronteira russa, a Crimeia e Belarus – enfrenta resistência significativa das forças ucranianas, que conseguiram manter o controle de Kiev e de outras áreas estratégicas.
Conflito alcança momento crítico
Analistas apontam que a guerra alcançou seu momento mais perigoso, com ambos os lados utilizando armamentos cada vez mais sofisticados e ofensivas dentro de territórios até então menos afetados. A inteligência ocidental também revelou que a Rússia tem contado com o apoio de tropas norte-coreanas, embora Moscou e Pyongyang não tenham confirmado essas informações.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou que os objetivos de Putin são claros: ocupar completamente a região de Donbass, composta por Donetsk e Luhansk, e expulsar as forças ucranianas das áreas que controlam na região de Kursk, na Rússia.
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