Emoção, machismo, e revelações de uma infância difícil. Estes e outros momentos marcantes da vida e da carreira da cantora Roberta Miranda, considerada ‘A Rainha da Música Sertaneja’, foram para o centro do programa Roda Viva nesta segunda-feira (20).
Roberta Miranda e a infância difícil
Já nos primeiros minutos da entrevista, a cantora abriu o coração e revelou dificuldades da infância, na Paraíba. “Você não tem noção do que é passar fome”, afirma, emocionada. Ao ser questionada sobre a situação miserável que vivenciou, não conteve as lágrimas. “Eu, com 5 ou 6 anos, cheguei a comer muro. Você sabe o que é? Você vai descascando o muro e vai comendo, comendo, até passar a fome”, lembra.
Depois, chegando em São Paulo, mais exatamente no bairro de São Miguel Paulista, contou com uma ajuda especial: “Eu lembro que quando chegamos, família nordestina, fomos ajudados por um cara chamado Hermeto Pascoal. De 15 em 15 dias, ele nos dava uma carne, um frango, nossa, era uma festa pra gente”, conta.
Hoje, sente orgulho da mulher que se tornou e agradece diariamente. “Todos os dias, quando sento na minha mesa, todos os dias eu choro. Olho cada coisinha, olho a geladeira, olho a fruta e fico admirando e dizendo, meu Deus, tudo isso é meu?'”.
Bebida alcoólica
Na entrevista, Roberta explica o motivo de não consumir de bebidas alcoólicas: seu pai ficava muito violento quando bebia. Segundo a cantora, episódios de violência eram comuns: uma vez, o pai quebrou a perna de um de seus irmãos com um pé de mesa de madeira. Ela já foi agredida com uma panela de pressão. “Me arrebentava inteira”, afirma. No entanto, a artista afirma que não tem problemas com pessoas que bebem – ela só não consegue beber devido a um passado de traumas.
“Posso fazer amanhã um show com a bebida me patrocinando, dentro da sua normalidade. O que eu acho, é que quem vem de um pai alcoólatra sabe o peso que é isso”, diz.
Machismo no mundo sertanejo
No programa, a cantora falou sobre alguns casos de machismo no mundo sertanejo: “Uma dupla que se chama Mato Grosso e Matias, sabendo que eu tinha ‘De Igual para Igual’ já que foi a primeira música que estourou, ele [Mato Grosso], entrou como o dono da música. E eu pensei ‘bom, vou deixar essa vez para me tornar conhecida e reconhecida para nunca mais eu ceder para ninguém’”, iniciou.
Porém, o cantor Mato Grosso ofereceu dinheiro para que ela abandonasse a carreira, relata. “Mas não satisfeito de entrar na música, que é minha 100%, ele ainda queria pagar para uma pessoa que não tinha o que comer, com um cheque digamos que seria R$5.000, dizendo ‘sai da música.’”
“Por fim, eu disse não, porque meu sonho era ouvir meu nome na rádio. Não entrei nesse acordo com ele. […] Esse caminho foi muito longo e eu sempre fui uma pessoa lutadora”, finaliza.
Confira a entrevista completa!
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