Calor extremo e falta de chuvas arruínam safra de verão no Rio Grande do Sul

Calor extremo e falta de chuvas arruínam safra de verão no Rio Grande do Sul
Calor extremo e falta de chuvas arruínam safra de verão no Rio Grande do Sul – Créditos: depositphotos.com / fotokostic

O Rio Grande do Sul enfrenta um momento crítico no setor agrícola devido à irregularidade das chuvas que têm prejudicado severamente a safra de verão, com destaque para as culturas de soja e milho. A escassez hídrica, que ocorre em plena fase de crescimento das plantas, já resulta em perdas significativas na produtividade, em especial no oeste e noroeste do estado, onde se observa um déficit expressivo de umidade no solo. As consequências dessa estiagem acentuam as dificuldades enfrentadas pelos agricultores, que veem suas esperanças de uma colheita abundante se dissiparem.

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Segundo dados preliminares divulgados pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e estudos da Rede Técnica Cooperativa, estima-se que a produção de soja terá uma quebra de cerca de 21% devido à ausência de precipitações regulares. A variação nas perdas é bastante heterogênea, podendo ir de 5% a 50% dependendo da região e da cooperação agrícola analisada. A Fronteira Oeste, a região do Alto Uruguai e as Missões estão entre as mais afetadas pela seca, com muitos agricultores já contabilizando prejuízos irreparáveis.

Como mitigar os efeitos da seca?

O uso de tecnologias de previsão climática pode auxiliar na escolha do momento adequado para o plantio e a colheita, bem como no gerenciamento da irrigação. Ter acesso a informações meteorológicas de alta qualidade pode ser a diferença entre uma colheita prejudicada e uma safra parcialmente recuperada.

Estiagem – Créditos: depositphotos.com / AlexMilan

Como a estiagem afeta a produção agrícola?

Durante esse período de estiagem, o impacto nos campos de soja é devastador. O déficit hídrico tem sido exacerbado por temperaturas elevadas que ultrapassam os 35°C, aumentando consideravelmente a evapotranspiração. A evapotranspiração, que é a soma da evaporação da água do solo e a transpiração pelas plantas, reduz rapidamente a umidade disponível na terra, impedindo o desenvolvimento adequado das plantas. Este ciclo prejudica a capacidade das culturas atingirem sua maturidade plena e diminui a qualidade dos grãos colhidos.

A escassez de chuvas não só dificulta o crescimento das safras, mas também impacta a economia local, levando a uma frustração generalizada entre os produtores. A seca também força uma antecipação na colheita do milho em algumas áreas, como nas Missões, onde cerca de 70% já foram colhidos. Entretanto, essa urgência na colheita não resolve os problemas de redução de produtividade causados pelo estresse hídrico.

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Quais são as perspectivas para o futuro?

Embora a situação atual apresente desafios significativos, existem algumas perspectivas de melhora com a chegada de precipitações em certas áreas. Mesmo assim, os danos já infligidos são irreversíveis em muitas regiões. A busca por soluções duradouras, que combinem práticas agrícolas sustentáveis e o uso intensivo de tecnologias de previsão climática, pode ajudar a mitigar danos futuros e assegurar uma maior resiliência contra eventos climáticos adversos.

Para além das ferramentas de previsão, é essencial que políticas públicas de apoio e inovação no campo sejam implementadas, trazendo um suporte mais robusto aos agricultores em momentos de crise hídrica. Dessa forma, a agricultura no Rio Grande do Sul poderá continuar a ser um pilar fundamental para a economia local e nacional, mesmo diante das adversidades climáticas.

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