UNIÃO EUROPEIA

Agricultores protestam em Paris com tratores nas ruas; Macron é o principal alvo

Agricultores se preocupam com possível declínio da área plantada em razão da nova legislação sobre o uso de defensivos.

Agricultores protestam em Paris com tratores nas ruas; Macron é o principal alvo
O presidente da França, Emmanuel Macron, foi um dos alvos da manifestação dos agricultores em Paris (Crédito: Photo by Kay Nietfeld – Pool/Getty Images)

Centenas de agricultores tomaram as ruas de Paris, capital da França, com seus tratores nesta quarta-feira (8). O protesto dos produtores rurais da União Europeia (UE) pela cidade de Paris acontece porque, segundo eles, a produção agrícola estaria ameaçada com uma recente restrição de defensivos agrícolas e outras regulamentações que foram realizadas na última semana.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, foi um dos alvos da manifestação. Os tratores carregavam frases como “Macron está liquidando a agricultura”, “Salve seu fazendeiro”, “Agricultura francesa = ambientalmente responsável” e outras.

Os agricultores produtores de beterraba sacarina da UE tinham autorização para utilizar um defensivo agrícola, mas a decisão caiu no mês passado após uma decisão judicial. Agora, a preocupação é de um declínio na área plantada pela cultura, que faz com que o bloco seja um dos maiores produtores de açúcar.  Há, inclusive, temores de fechamento de fábricas de açúcar, segundo a agência de notícias Reuters.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores (FNSEA, na sigla em francês), Jerome Despay, disse para a agência de notícias que esperava 500 tratores nas ruas de Paris e 2 mil agricultores. “Isso já é o suficiente”.

A União Europeia é o terceiro maior produtor mundial de açúcar, apenas atrás do Brasil e da Índia, com a safra 2022/23 prevista em pouco mais de 16 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, em inglês). Os produtores alegam que, caso haja perdas de produção, as importações da UE que hoje são de pouco mais de 2 milhões de toneladas tenderão a disparar.

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O presidente da FNSEA da região de Paris, Damien Greffin, afirmou que “nesse ritmo, a agricultura francesa desaparecerá”, ao canal de TV France 3.

Do outro lado, ambientalistas dizem que os resíduos de defensivos agrícolas prejudicam os solos e a vida selvagem e saudaram a decisão da UE contra o uso de sementes de beterraba sacarina tratadas com os produtos neonicotinóides que podem prejudicar as abelhas. Os agricultores argumentam que as plantas de beterraba açucareira não atraem abelhas e que a proibição as deixa expostas.

Após protestar pelas ruas francesas, os produtores fizeram parada no Ministério da Agricultura da França. O ministro da pasta, Marc Fesneau, deve apresentar nesta quinta-feira (09) um plano para o setor, de acordo com um comunicado emitido após as manifestações.

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