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Brasil está ficando cada vez mais seco em todos os biomas

O Pantanal apresentou a maior redução na superfície de água.

Brasil está ficando cada vez mais seco
Os seis biomas do Brasil apresentaram queda na superfície de água em 30 anos (Crédito: Canva Fotos)

O Brasil que fica seco: em 30 anos, o país perdeu 1,5 milhão de hectares de superfície de água em todos os seis biomas do território nacional. Este valor corresponde a quase duas vezes a área total da Região Metropolitana de São Paulo.

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Todos os biomas perderam superfície de água entre 1985 e 2022, com destaque para o Pantanal, onde a retração foi de 81,7%. Em segundo lugar vem a Caatinga, que já é o bioma mais seco do país e que perdeu quase um quinto de sua superfície de água (19,1%). Mata Atlântica (-5,7%), Amazônia (-5,5%), Pampa (-3,6%) e Cerrado (-2,6%) também ficaram mais secos.  A redução do Pantanal fez com que Mato Grosso do Sul ocupasse a liderança entre os estados com maior perda de superfície de água. A retração de superfície de água foi de 781.691 hectares, ou 57%.

O ano de 2022, por outro lado, houve ganho de superfície de água: dados do MapBiomas Água mostram que no ano passado a superfície de água no país ficou 1,5% acima da média da série histórica iniciada em 1985. A superfície da água ocupa 18,22 milhões de hectares, ou 2% do território nacional. A MapBiomas é uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia

Houve uma recuperação de 1,7 milhão de hectares (10%) em relação a 2021, ano de menor superfície na série histórica. O ano passado foi o primeiro, desde 2013, em que a superfície de água no Brasil ultrapassou a barreira dos 16 milhões de hectares. Ao todo, o país ainda tem em torno de 6% da superfície e 12% do volume de toda a água doce do planeta.

Em 2022, a superfície de água anual do Pantanal aumentou pela primeira vez desde 2018. Apesar disso, o bioma ainda passa por um período seco: a diferença da superfície de água com a média da série histórica é de 60,1%.

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O Pampa também registrou queda de -1,7% em relação a média, alcançando a menor área de superfície de água de toda a série histórica. Todos os demais biomas ganharam superfície de água em 2022: Cerrado (+11,1%), Amazônia (+6,2%), Caatinga (+4,9%) e Mata Atlântica (+1,9%). Entre os estados, Mato Grosso (-48%), Mato Grosso do Sul (-23%) e Paraíba (-12%) também vão na contramão  do ganho de superfície de água registrado na maioria dos estados em 2022.

A superfície de água em reservatórios oficiais monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) em 2022 também foi a maior dos últimos dez anos: 3.184.448 ha, 12% a mais que a média da série histórica. Eles respondem por 22% da superfície de água no Brasil; os outros 78% são rios e lagos e pequenas represas.

O coordenador do mapeamento do MapBiomas, Carlos Souza, fez um alerta sobre a perda de território coberto por água. “Apesar do sinal de recuperação que 2022 representou, a série histórica aponta para uma tendência predominante de redução da superfície de água no Brasil”. Ele ainda afirmou que o intervalo entre os anos de entre 2013 a 2021 engloba uma década com menor superfície de água, “o que torna essa última década a mais crítica da série histórica”, destacou.

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