
A persistência de um clima adverso, marcado por temperaturas elevadas e a falta de precipitação, tem acentuado a apreensão entre os produtores de frutas cítricas no estado de São Paulo. Desde fevereiro de 2025, o cenário tem se mostrado desafiador para a produção de laranjas e limões, prejudicando tanto a colheita atual quanto o desenvolvimento das plantações para a próxima temporada. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) alerta que essa situação pode comprometer a qualidade e a quantidade dos frutos colhidos.
Na safra 2024/25, as variedades de laranja colhidas mais tardiamente estão sendo as mais afetadas. As laranjas valências, por exemplo, estão apresentando calibres menores do que o ideal para o consumo in natura. Isso tem levado os produtores a direcionarem esses frutos para a indústria, onde são processados para a produção de suco, em vez de serem vendidos diretamente ao consumidor.

Como as condições climáticas afetam a produção de laranjas?
As altas temperaturas e a falta de chuvas influenciam diretamente o crescimento e o desenvolvimento dos frutos. Quando o clima é muito quente e seco, as plantas enfrentam dificuldades para absorver água e nutrientes do solo, o que resulta em frutos menores e de menor qualidade. Além disso, a ausência de chuvas pode levar ao estresse hídrico, prejudicando ainda mais o desenvolvimento das plantas.
Essas condições têm impactado negativamente o mercado de laranjas. No mercado físico, os preços das laranjas destinadas à indústria têm caído. Na última semana, o preço médio por caixa de 40,8 kg foi de R$ 70,00, uma queda de 5,95% em relação à semana anterior. No mercado in natura, a variedade pera também registrou uma redução de 4,76%, sendo vendida a R$ 91,08 por caixa.
Quais são as perspectivas para a safra 2025/26?
As perspectivas para a safra 2025/26 não são animadoras, caso as condições climáticas não melhorem. O desenvolvimento vegetativo das plantas está comprometido, o que pode resultar em uma produção ainda menor no próximo ano. Os citricultores estão atentos e esperam por uma mudança no clima que possa trazer chuvas e temperaturas mais amenas, essenciais para a recuperação das plantações.
Além disso, o estoque de suco de laranja está em níveis historicamente baixos, o que pode agravar a situação econômica dos produtores. A indústria de suco depende de um fornecimento constante de frutas, e a escassez pode levar a aumentos nos preços e a uma maior pressão sobre os citricultores para atender à demanda.
Quais medidas tomar para mitigar os efeitos das condições climáticas?
Para enfrentar os desafios impostos pelo clima, os citricultores podem adotar algumas medidas de mitigação. Entre elas, destaca-se a irrigação controlada, que pode ajudar a suprir a falta de chuvas e garantir que as plantas recebam a quantidade necessária de água. Além disso, o uso de técnicas de manejo do solo, como a cobertura vegetal, pode ajudar a reter a umidade e melhorar a saúde das plantas.
Outra estratégia é a diversificação das culturas, que pode reduzir a dependência de uma única safra e proporcionar uma fonte alternativa de renda. A pesquisa e o desenvolvimento de variedades de laranja mais resistentes ao calor e à seca também são fundamentais para garantir a sustentabilidade da citricultura no futuro.
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