SUSTENTABILIDADE

O resgate da imagem internacional da agropecuária é prioridade para Fávaro

Ministro diz que o setor é a “a galinha dos ovos de ouro” do Brasil.

O resgate da imagem internacional da agropecuária é prioridade para Fávaro
Para o ministro, o crescimento do agro e o meio ambiente não são antagônicos (Crédito: Canva Fotos)

O meio ambiente terá tratamento prioritário com um resgate da imagem do agro. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que a preservação ambiental é a galinha dos ovos de ouro do agronegócio para melhorar a imagem internacional do Brasil.

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Ainda segundo ele, a sustentabilidade ambiental do agro é de caráter prioritário para garantir a longevidade da produção agrícola. “Vou trabalhar para o resgate da imagem da agropecuária no Brasil”, explicou Fávaro. Ele ressaltou que o Mapa possui uma excelência em seu quadro técnico de funcionários.

Mesmo com um orçamento 14% menor em 2023 com relação ao ano anterior, o ministro disse que este número já foi ajustado. Segundo ele, a Lei Orçamentária Anual (LOA) do governo passado, propunha esta diminuição. Porém, com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional da Transição, houve um reajuste que permitiu o crescimento no orçamento de R$ 1 bilhão. “É o possível que podemos fazer com recursos públicos para a agropecuária brasileira e melhor que o ano passado”.

Ele cita o exemplo dos valores disponíveis destinados para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em 2022, sobraram apenas 3,5%, de um orçamento total de R$ 150 milhões, para investimento em pesquisa e inovação tecnológica para a melhora da agropecuária. Para 2023, a Embrapa terá R$ 300 milhões e “ainda trabalharemos com o Congresso para receber emendas parlamentares com a proposta de receber mais R$ 200 milhões”, informou Fávaro.

Propriedade privada e defensivos agrícolas

Quando questionado sobre o que setor poderia esperar do atual governo com relação às propostas de segurança da propriedade privada, Fávaro foi enfático: “O cumprimento da legislação. Sobre invasão de terra, o presidente já deixou muito claro que o direito à propriedade e o direito a terra para pessoas que tenham essa vocação está na Constituição. Temos de respeitar o direito à propriedade”.

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Acrescentou que é possível realizar uma reforma agrária em terras públicas e em terras privadas desde que o proprietário consinta e que haja uma indenização. “Como já foi feito sob a gestão do presidente Lula”.

Destacou, por outro lado, que se terras produtivas forem invadidas elas estão protegidas por lei, portanto, não são passíveis de reforma agrária. Fávaro esclareceu que neste caso, a Justiça determinará a desocupação e que o Estado irá cumpri-la.

Sobre os defensivos agrícolas, Fávaro explicou que o ideal é a modernização dos pesticidas. “Estamos todos do mesmo lado”. Afirmou também não querer que organofosforados cancerígenos sejam usados no combate às pragas para sobrar resíduos nos alimentos para ninguém. “Nem para mim, para minha família, nem para meus colaboradores, muito menos para a população brasileira e mundial. Queremos os biodegradáveis, os biológicos, os seletivos. Para isso, precisamos modernizar a legislação”.

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Imagem internacional

Recuperar o agro brasileiro lá fora é uma das prioridades do Mapa, porque é um setor muito dinâmico da economia brasileira, destacou. “A preservação ambiental é a galinha dos ovos de ouro da nossa produção. De nada adianta termos terras propícias, gente vocacionada, máquinas e sementes de última geração, se não tivermos chuva e clima”.

Para ele, as cadeias produtivas do agro devem pensar em produzir com sustentabilidade para garantir longevidade à produção. Tratados internacionais como o que  está sendo negociado com União Europeia, e que está paralisado, é um bom exemplo de que agro e meio ambiente não devem ser antagônicos.

Fávaro estará presente na Semana da Agricultura Verde, em Berlim, que contará com mais de 70 ministros da Agricultura do mundo. “Levarei esta mensagem: vamos combater crime ambiental com comando e controle rigoroso. Vamos abrir alternativas: queremos expandir, mas com sustentabilidade”.

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