GRIPE AVIÁRIA

Pode faltar ovo no Brasil? Entenda melhor

EUA, Nova Zelândia e Europa estão enfrentando escassez desta proteína animal

Pode faltar ovo no Brasil? Entenda melhor
O consumo per capita de ovo este ano deve chegar a 235 unidades por habitante no Brasil (Crédito: Canva Fotos)

O ovo é um dos alimentos mais comuns nas mesas do Brasil. Ele pode ser frito (gema mole ou dura), cozido, mexido, omelete; em pratos salgados e doces.

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Comemos muitos ovos, mas também exportamos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que de janeiro a outubro de 2022, a alta acumulada nas exportações de ovos chega a 52,3%, com US$ 19,657 milhões, contra US$ 12,903 milhões em 2021. O resultado também é positivo em volume, com 8,649 mil toneladas, número 6,1% maior que o acumulado nos 10 primeiros meses de 2021, com 8,148 mil toneladas.

Gripe aviária

Em diversas partes do mundo há uma escassez do produto. Nos Estados Unidos, a principal razão para a falta do produto acontece em razão de um grave surto de gripe aviária que afeta toda a cadeia produtiva do setor. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em matéria publicada no jornal Washington Post, afirma que o atual surto de gripe aviária já levou à morte mais de 44 milhões de aves poedeiras (5% do plantel norte-americano).

Da costa leste à costa oeste, 47 dos 50 estados já registraram surtos locais da doença. Com isto, o preço da dúzia de ovos subiu na Califórnia para US$ 7,37 (R$ 38,14), ante US$ 4,83 (R$ 24,97) no início de dezembro e US$ 2,35 um ano atrás, segundo dados departamento.

Na Europa, além da gripe aviária, a alta dos custos dos grãos e da energia elétrica, devido o conflito da guerra entre Rússia e Ucrânia, também afeta a oferta de ovo.

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A Nova Zelândia iniciou em 2012 um processo gradual de eliminar a criação de aves poedeiras em gaiolas. O plano previa um período de dez anos para o país atingir esse objetivo, tendo como data-limite 1º de janeiro de 2023.

E no Brasil, pode haver escassez?

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e do conselho administrativo do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, tranquiliza os consumidores brasileiros: “não devem faltar ovos”, afirmou.

Mas, uma produção menor em 2023 deve manter os preços elevados, alerta o executivo. “O Brasil não está sofrendo isso da escassez de ovos. Nós nunca tivemos influenza aviária e sofremos o problema do custo com mais força em 2020, devido à seca”, lembra Santin.

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A falta de chuva naquele ano fez a safra de milho 2020/2021 ser 16% menor do que no período anterior, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), elevando fortemente o preço dos grãos no país.

De acordo com o executivo, é esse pico do preço do milho em 2020 que explica a queda na produção de ovos no país em 2022, que deverá se repetir em 2023.

A ABPA estima a produção brasileira de ovos em 2022 em 52 bilhões de unidades, com consumo per capita (por pessoa) de 241 unidades. Em 2023, a produção deve recuar a 51 bilhões, com consumo per capita de 235 unidades.

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Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, campus de Piracicaba, da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq), as cotações de ovos bateram recordes novamente em 2022.

Em Bastos (SP), maior região produtora do estado, o preço da caixa com 30 dúzias de ovos brancos tipo extra fechou o mês de setembro com média de R$ 154,27, a maior da série, em termos reais, ouse seja, descontada a inflação. Para o ovo vermelho, a média mensal foi de R$ 169,76, também a mais alta da série.

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