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Adoção: quase 8% dos processos são desfeitos, diz CNJ

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Quase 8% dos processos de adoção feitos entre 2019 e 2023 foram revertidos – Créditos: Canva

No Brasil, a adoção é um processo legal que busca garantir o direito de crianças e adolescentes a crescerem em um ambiente familiar afetuoso. No entanto, essa jornada pode ser complexa e desafiadora, tanto para as crianças quanto para os pretendentes à adoção. Além da burocracia envolvida, existem diversos fatores emocionais e sociais que impactam significativamente o sucesso do processo.

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Um estudo realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 2019 e 2023 revelou que 7,9% dos processos de guarda provisória são interrompidos antes de alcançarem a adoção definitiva. Isso representa 1.666 crianças que enfrentaram a descontinuidade de encontrar um lar permanente, evidenciando a dificuldade intrínseca da adoção, que não se resume apenas ao desejo de adotar, mas à capacidade de lidar com as características únicas que cada criança apresenta.

Quais são os desafios enfrentados no processo de adoção?

Muitos dos desafios enfrentados na adoção decorrem da necessidade de alinhar as expectativas dos adotantes com as realidades das crianças disponíveis para adoção. Aproximadamente 54,1% das crianças que tiveram processos de adoção interrompidos tinham mais de 5 anos, enquanto apenas 22,7% das adoções envolvendo essa faixa etária foram bem-sucedidas. Esse dado reflete a dificuldade em algumas famílias de adaptar-se às necessidades específicas de crianças mais velhas.

Outros fatores incluem diagnósticos de deficiência mental e o uso contínuo de medicamentos. A pesquisa do CNJ mostrou que 4,4% das crianças com diagnósticos de deficiência tiveram o processo interrompido, enquanto entre as que foram efetivamente adotadas esse número é 2,5%. Tais questões exigem suporte adicional ao pretendente, que muitas vezes não está preparado para enfrentar essas situações.

Como tornar o processo de adoção mais eficaz?

Para um processo de adoção mais eficaz e menos susceptível a falhas, algumas recomendações têm sido propostas. Primeira entre elas está a necessidade de uma padronização e aprimoramento na avaliação dos pretendentes à adoção. Isso poderia ajudar a identificar desde cedo expectativas irreais ou motivações inadequadas. Além disso, propõe-se o desenvolvimento de protocolos que facilitem a identificação de riscos comuns em potencial de reversão dos processos.

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Outro ponto relevante é a implementação de programas de suporte psicológico tanto para as crianças como para os adotantes. Dada a complexidade emocional e o risco de traumas associados à devolução de crianças, suporte contínuo é crucial. Programas de troca de experiências e acompanhamento podem proporcionar um espaço de aprendizado e adaptação mútua, aumentando as chances de uma vinculação bem-sucedida.

Quais são os impactos psicológicos nas crianças envolvidas?

As interrupções no processo de adoção podem ter consequências significativas na saúde emocional das crianças. Sentimentos de rejeição, baixa autoestima, e transtornos de ansiedade são algumas das dificuldades enfrentadas por crianças que passam por revogações de adoção.

Portanto, criar abordagens que proporcionem segurança emocional desde o início do processo de adoção poderia diminuir a ocorrência dessas reações adversas. Investir em protocolos que garantam suporte emocional adequado às crianças não só durante, mas também após o processo de adoção é um passo vital para proteger o desenvolvimento emocional desses jovens.

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